A inspiração nas formações geológicas multicoloridas, a busca por uma implantação respeitosa e conectada com o entorno, além do desejo de prover aos usuários o melhor aproveitamento de uma vista panorâmica. Essas foram algumas diretrizes que permearam o desenvolvimento do Jardim Lobato pelos arquitetos do escritório Arquitetura Nacional. A torre composta por studios, apartamentos e unidades não residenciais ocupa um terreno situado em um dos pontos mais elevados da Vila Madalena, no topo de um morro que divide as bacias do rio Tietê e do rio Pinheiros, de onde é possível avistar quase toda a cidade.
Em um local com tais atributos, a arquitetura tomou a natureza como principal referência, criando um edifício que invoca sensações e emoções semelhantes às das pessoas que escalam uma montanha e conquistam o seu topo.
Assim surgiu uma torre com visual imponente e desenho atemporal, com todas as suas fachadas tratadas com igual importância. O volume é escalonado, diminuindo em direção ao topo até chegar a uma cobertura que abriga uma ampla praça, um espaço com topografia e vegetado para descompressão e convívio dos moradores. Nós nos encantamos com as simbologias do topo da montanha. Por isso, é no topo do prédio que colocamos esse local tão especial”, revela a arquiteta Paula Otto.
A montanha se manifesta no Jardim Lobato em formas, materialidade, cores e texturas. O conceito está presente desde o embasamento bastante vegetado, projetado visando uma conexão amigável com a rua e com o olhar do pedestre. Outras decisões também colaboram para estabelecer uma relação harmoniosa entre a torre e quem passa pela rua. Entre elas, o recuo do controle de acesso e as empenas com texturas mais espessas e com rasgos estrategicamente inseridos para aumentar a permeabilidade visual sem comprometer a privacidade dos moradores.
Para viabilizar a instalação de janelas piso-teto – tão fundamentais em um local com vistas generosas –, as lajes de concreto são bem marcadas e se projetam, atuando como abas. Em clara referência às paletas das camadas de sedimentação rochosas, esses elementos estruturais têm tons alaranjados, acobreados e azulados combinados de modo aleatório, como ocorre na natureza.
A imprevisibilidade e a espontaneidade do mundo natural também se mostra na disposição das esquadrias que, diferente do convencional, não são perfeitamente alinhadas, escapando à rigidez típica das produções humanas.
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