Texto: Naíza Ximenes
Na cidade de Mangaratiba, no Rio de Janeiro, a Costa Esmeralda ganhou um projeto que tem a proposta de romper limites entre o natural e o artificial. Projetado pelo escritório Siqueira + Azul Arquitetura, o Anexo Costa Esmeralda, como foi chamado, possui vista panorâmica de uma das muitas praias de água cristalina da região.
Podendo variar em tamanho, função e forma, um anexo é uma estrutura complementar que costuma seguir a mesma linguagem e possuir os mesmos materiais que o edifício principal.
No projeto de Siqueira + Azul Arquitetura, a estrutura não foge ao padrão. Em um terreno de platô, ou seja, uma área plana ou ligeiramente inclinada em terreno elevado, o intuito era construir um anexo que repousasse sobre o ambiente, com grandes aberturas e vistas panorâmicas do mar.
Com a proposta de construir um espaço adjacente a uma residência, os arquitetos apostaram na linearidade para a estrutura do anexo. E, com um conceito mais voltado para a musicalidade, o programa foi dividido em varanda, na área externa; living, no centro, em um espaço coberto; e palco, na área esquerda, a mais reservada. Na lateral, um lavabo completa a funcionalidade do Anexo Costa Esmeralda.
Para salientar o formato da construção, há uma estratégia diferente para cada perspectiva do projeto.
Em um aspecto longitudinal, para quem vê a fachada do anexo, os destaques são os painéis pivotantes e os grandes brises em cobre oxidado, que — assim como a estátua da liberdade, em Nova York — ganharam um tom semelhante ao azul turquesa. Isso acontece porque o cobre reage com o oxigênio e outros elementos presentes no ambiente e forma a pátina, a camada de oxidação na superfície do material.
A escolha pelo revestimento dos brises também mimetiza a vegetação circundante e dá um toque de alegria a uma paleta de cores mais neutra. O elemento, assim como os painéis pivotantes, é comumente utilizado para proporcionar sombreamento, controle da entrada de luz, ventilação e calor em uma obra.
Todo o exterior do anexo ganhou portas de correr que são ora de vidro, ora de madeira, permitindo maior controle de privacidade e integração para quem usufrui do espaço.
Quando o cobre reage com o oxigênio e outros elementos no ambiente, cria-se uma camada de oxidação, formada pela pátina, com uma cor semelhante ao azul turquesa
Já em um aspecto transversal, ou seja, a partir de uma perspectiva perpendicular ao seu eixo principal, a aposta foi em uma longa claraboia de vidro no teto do living, que enfatiza a transparência e permite grande entrada de luz natural no projeto, além de uma integração visual substancial com a natureza no entorno.
No design de interiores, por sua vez, a linguagem permanece a mesma do projeto principal. Assim, nota-se o emprego de extensos panos em madeira freijó, tanto nas fachadas quanto nos caixilhos e em alguns móveis da obra, bem como o uso de revestimentos em tons de areia, que remetem às cores externas.
No palco, o tablado também é de madeira freijó. A parede, por outro lado, ganhou revestimento em tijolos maciços, em uma cor que dialoga com o mobiliário (assinado por designers nacionais, em sua grande maioria) e a madeira. Todo o espaço possui projetos personalizados de iluminação e acústica, com propostas alinhadas a um conceito mais tropical.
No exterior, um percurso criado por pedras locais conecta o Anexo Costa Esmeralda ao acesso ao mar, na base do desnível topográfico.
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