O novo edifício sede do Centro de Informações do Comperj – Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro –, em Itaboraí, Rio de Janeiro, foi projetado pelo escritório Andrade Morettin Arquitetos. A nova construção irá representar claramente os valores que a empresa Petrobras defende, dentre os quais estão incluídos a modernidade e a responsabilidade social e ambiental. A estratégia adotada na edificação se apoia em três parâmetros.
O primeiro diz respeito à maneira como se dá a ocupação do território. O segundo consiste em pensar o edifício como objeto autônomo inserido na paisagem. E o terceiro conceito envolve a adoção de um sistema construtivo claro e racional, com medidas que garantam o bom desempenho bioclimático e a sustentabilidade do edifício.
“O edifício altera a percepção do lugar onde será inserido, na medida em que configura o plano que é o resultado da triangulação dos elementos arquitetônicos que se erguem na paisagem”, explica o arquiteto Vinícius de Andrade.
O percurso que vai da entrada do terreno até a nova construção é feito por uma passarela ligeiramente elevada, de onde é possível observar a praça do museu. “A geometria da praça organiza toda a implantação do conjunto e é composta por cascalho e água. A lâmina d’água remete à riqueza da hidrografia do lugar. O piso representa as rochas características do solo da região, como se as cascalheiras viessem compor a praça”, relata o arquiteto.
Por se tratar de uma paisagem caracterizada por diversas espécies, os arquitetos optaram por criar áreas densamente arborizadas em pontos estratégicos do terreno, especialmente junto aos acessos e ao estacionamento. “Serão escolhidas árvores nativas que fazem parte da vegetação característica da Floresta Ombrófila”, conta.
A volumetria sintetizada do pavilhão se ajusta perfeitamente ao perfil natural do terreno por meio da arquitetura leve e permeável ao olhar. “O programa se distribui com naturalidade pelos espaços internos. Logo na entrada está o grande salão, que funciona como espaço de encontro e de distribuição para todo o projeto e de onde vê-se o entorno”.
Ao sul, fica a ala administrativa; ao Norte, o museu e a biblioteca ocupam os espaços mais amplos, de pé-direito alto, de onde o mezanino oferece uma visão privilegiada. As áreas mais específicas, como espaços de reunião formados pelo auditório, pela sala 3D e videoconferência ocupam um volume separado e plugado ao pavilhão, obedecendo às características específicas desses programas. Ao longo de todo o edifício desenvolvem-se varandas sombreadas que funcionam como balcões de observação da paisagem.
A orientação do prédio determinou a adoção de algumas decisões para controlar a insolação e tirar proveito da iluminação e ventilação natural. As varandas localizadas nas fachadas leste e oeste criam uma zona de proteção no interior do edifício. A tela e os brises horizontais barram o sol indesejável e a velocidade dos ventos, ao mesmo tempo em que os amplos caixilhos permitem a entrada da luz natural devidamente filtrada. Os caixilhos podem ser abertos, proporcionando a ventilação cruzada dos ambientes.
“Propusemos a adoção de sistemas de reúso de água para irrigação dos jardins e para as bacias sanitárias. Também foi considerado o uso de painéis fotovoltaicos para prover parte da energia usada no edifício. Estes equipamentos estariam localizados na cobertura do pavilhão, aumentando a eficiência dos sistemas e ajudando a compor a imagem do edifício. As demais centrais de utilidade foram distribuídas no terreno de acordo com as necessidades específicas de cada grupo”, finaliza Vinícius.
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