Desde que foi inaugurada, em 2010, a escola bilíngue Beacon School estava inserida em uma residência no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo. Mas, com o passar dos anos e o aumento no quadro de alunos e funcionários, o colégio precisou migrar para um local maior. Devido à proximidade, a região da Vila Leopoldina foi a escolhida para receber o novo campus.
Andrade Morettin Arquitetos e GOAA (Gusmão Otero Arquitetos Associados) foram os escritórios de arquitetura responsáveis por desenvolver o projeto arquitetônico de reforma do novo prédio. Vencedores do concurso fechado realizado em 2016 pelo grupo pedagógico, os autores transformaram um antigo complexo de galpões industriais – onde funcionava um estacionamento de automóveis – em um programa educacional inovador.
Não foi por acaso que as fundadoras da Beacon School, Luciana Nogueira de Almeida Leite, Maria Eduarda Sawaya e Vera Patrícia Giusti, escolheram o terreno de 11.7000 m² na zona oeste de São Paulo para abrigar o atual projeto do colégio. A Vila Leopoldina passou por transformações ao longo dos anos, deixou de ser um bairro de indústrias e depósitos, e recebeu em seus antigos galpões agências de publicidade, produtoras, escolas, faculdades e até mesmo alguns pontos residenciais. Por isso a escolha desse cenário, já que o novo colégio também estava em um período de mudanças.
Ao perceberem que boa parte dos galpões selecionados estavam adequados para comportar a nova estrutura, os arquitetos decidiram apenas reorganizá-los para criar a proposta inicial do projeto – detalhe que os tornou vencedores do concurso. A partir disso, decidiram construir os novos elementos com componentes industriais leves na intenção de contrapor-se nitidamente aos já existentes, criando uma conexão entre o velho e o novo.
O novo projeto deveria aproveitar todo o patrimônio existente e criar elementos para acomodar as atividades escolares e, simultaneamente, introduzir a escala apropriada e os materiais de acabamento condizentes, de forma a polir o projeto. As camadas externas da vedação original dos galpões foram retiradas e fechadas com uma discreta pele em chapa de policarbonato para liberar a entrada de ventilação e iluminação naturais.
Para auxiliar na grande dimensão interna dos galpões e evitar que os alunos ficassem com a impressão de um grande espaço vazio, foram criados ambientes que são como “grandes mobiliários”.
No térreo, as salas de aula têm paredes de vidro, que permitem a abertura total do espaço e dão acesso ao parquinho.
O novo programa da Beacon School foi organizado em 10.600 m² e desenvolvido para receber, aproximadamente, mil alunos – do ensino infantil até o médio.
O acesso principal da instituição está voltado para a famosa rua Mergenthaler. Assim que passam pelo portão, os alunos acessam uma área coberta e recuada do exterior, carinhosamente apelidada de Praça do Encontro. Nesse local os estudantes são acolhidos por um ciclo que marca suas faixas etárias, mas também ficam livres para fazer amizades uns com os outros em horários livres – professores, coordenadores e funcionários também podem usufruir desse espaço. A grande praça também é a responsável por dividir os fluxos do programa da escola.
Por fim, os corredores periféricos inseridos nas bordas das lajes e os vazios internos propiciam mútua visualização entre os setores.
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Bernoulli GO, por Studio dLux
Avenues: The World School, por Aflalo / Gasperini Arquitetos
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