Logo Construmarket
Banner

Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha

Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
O Estádio Nacional de Brasília, Mané Garrincha, mantém a filosofia arquitetônica de ícones da cidade, com a repetição de pilares que ampara uma cobertura multifuncional e sustentável. Imagens: Divulgação Castro Mello
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha

Cercado por pilares

Texto: Ian Vieira

A identidade das obras de Oscar Niemeyer com os inconfundíveis pilares que tomam as fachadas e criam uma grande varanda nos Palácios do Planalto, da Justiça, do Itamaraty e da Alvorada serviram de inspiração para o Estádio Nacional de Brasília, popularmente conhecido como Mané Garrincha.

Mais do que o valor estético, a “floresta de pilares” – como bem define o arquiteto Eduardo de Castro Mello – compõe a estrutura do estádio projetado para sediar a Copa do Mundo de 2014. “O projeto mantém a mesma intenção arquitetônica revelada nas obras icônicas da cidade e foge um pouco daquele modelo de estádio marcante com as arquibancadas saindo do partido. Então surgiram esses 288 pilares de concreto com 1,20 m de diâmetro que são utilizados para dar sustentação a um grande anel de compressão, de onde partem os cabos de aço e uma nova estrutura que recebe a cobertura propriamente dita para cobrir um vão de 60 m”, conta.

Cobertura multifuncional e sustentável

O projeto mantém a mesma intenção arquitetônica revelada nas obras icônicas da cidade Eduardo de Castro Mello

A estrutura metálica com os cabos recebe uma membrana de PTFE – fibra de vidro e teflon – amparada pelo anel já citado com 22 m de largura e 1 km de extensão.

“Essa ‘autopista’ serve para a colocação de mais de 9,5 mil painéis fotovoltaicos que tomam 13,5 mil m². Este mecanismo captará a energia solar abundante da região e de graça, transformando-a em energia elétrica. Poderá gerar até 2.5 mil WH de energia, o que é muito superior ao necessário para o funcionamento do estádio”, afirma.

Ainda de acordo com o arquiteto, “a cobertura funciona como um grande ‘chapéu’ – um sombreiro mexicano, que projeta a sombra e confere conforto para as pessoas que estarão no interior do estádio. Essa cobertura é propositalmente posicionada acima do último degrau da arquibancada, possibilitando a passagem do vento constante”.

Vale ressaltar que a parte central da cobertura – que chega a 83 m de diâmetro – posteriormente receberá um sistema retrátil (de abrir e fechar) apoiado na parte fixa da estrutura, com cabos de aço fixos e deslizantes. O material escolhido para este trecho será em membrana flexível de alta resistência e durabilidade, composta por malha de fibra de vidro recoberta com vinil de elevado desempenho.

O Estádio Nacional de Brasília, popularmente conhecido como Mané Garrincha, foi escolhido para receber os jogos da Copa do Mundo FIFA de 2014 Foto: Divulgação Castro Mello

Outros elementos verdes

O projeto contém outras soluções que atendem as exigências do USGBC – U.S. Green Building Council –, com real possibilidade de alcançar a certificação Gold.

Essa ‘autopista’ serve para a colocação de mais de 9,5 mil painéis fotovoltaicos que tomam 13,5 mil m². Este mecanismo captará a energia solar abundante da região e de graça, transformando-a em energia elétrica. Poderá gerar até 2.5 mil WH de energia, o que é muito superior ao necessário para o funcionamento do estádio Eduardo de Castro Mello

“Essas questões abrangem ventilação natural – proporcionada pelas aberturas estrategicamente criadas entre os níveis de arquibancada –, consumo reduzido de energia e captação de água pluvial, que ocorre na cobertura e nas áreas do estacionamento ao redor do estádio com pisos drenantes e biovaletas. A água é direcionada para cinco cisternas e será utilizada para lavagem de pisos, bacia sanitária, mictórios, irrigação do campo e outras aplicações que visam evitar o gasto com água potável”.

Intervenções básicas

Para viabilizar essa nova estrutura marcada pela cobertura e pela repetição de pilares, o antigo estádio foi totalmente remodelado. A pista de atletismo que permeava o gramado foi eliminada, e o campo rebaixado a um nível de 4,8 m. Com o objetivo de atender os itens de visibilidade, as arquibancadas superiores e intermediárias foram substituídas por outra proposta arquitetônica.

Criou-se uma nova arquibancada inferior – esta mais próxima ao campo de jogo e com o dobro de capacidade existente –, e mais três níveis que fecham totalmente o anel em torno do campo. A cota de soleira foi deslocada em 1,8 m. “Na realidade são quatro níveis de arquibancada, sendo uma na parte inferior e outra no pavimento térreo. Dessa forma, impedimos a existência de ‘assentos mortos’, como são chamadas as áreas com visibilidade restrita”, explica.

Acessibilidade

Eduardo conta que “a arquibancada superior é atingida por rampas tangenciais e que estão colocadas entre os pilares – todas com declividade calculada para atender pessoas com mobilidade reduzida. Assim, há acessibilidade total para o estádio. Há, inclusive, a opção de um cadeirante assistir o jogo pela arquibancada superior”.

Dessa maneira, o projeto contempla a acessibilidade total em todas as suas dependências atendendo às exigências da ABNT NBR 9050.

Escritório

  • Local: DF, Brasil
  • Início do projeto: 2008
  • Conclusão da obra: 2013
  • Área do terreno: 680 m²
  • Área construída: 218 m²

Ficha Técnica

Veja outros projetos relacionados