Transformar o conjunto de imóveis e um galpão da Vila Olímpia em um empório restaurante aconchegante foi um verdadeiro desafio para a equipe do a:m studio. A verba reduzida, o prazo apertado e a quantidade de equipamentos instalados no espaço de 1.500 m² foram alguns deles.
De acordo com a arquiteta Mariana Weigand, por ser um negócio mais fabril que oferece, além do restaurante, produtos de diferentes marcas, o processo de recuperação tinha como objetivo aproveitar ao máximo os elementos originais. “A ideia era manter a estrutura do galpão – amplo e com pé-direito alto. O partido era manter esse aspecto rústico, repaginado”, destaca.Integramos os imóveis – que tinham linguagens e estilos diferentes –, transformando o espaço e preservando a característica de galpão Mariana Weigand
A estrutura conceitual foi recuperada e a fachada ganhou cara nova. “Ela se destaca pelas duas paredes formadas por chapas metálicas. Em formato de ‘U’ elas receberam um jardim vertical com temperos que podem ser extraídos para uso”, explica o arquiteto André Weigand.
Para o arquiteto Olegário Vasconcelos o paisagismo foi um elemento indispensável. “Ele acabou trazendo um microclima ideal para o restaurante, que tem esse toque de mercearia”, ressalta. E ainda destaca a preocupação com o conforto. “Como é uma área de aglomeração de refeição, onde as pessoas conversam, tivemos um cuidado especial com a acústica. A climatização também foi objeto de estudo desde o início do projeto, para que o ambiente tivesse ventilação natural permanente”, conclui.
A entrada se destaca por seu portão de ferro basculante junto à fachada rústica. “Para garantir aspecto vivo, sem bloqueios, o portão serve de marquise. Aberto durante o horário de funcionamento, protege da chuva, mas sua característica principal é deixar a entrada convidativa”, descreve André.
As estantes e serviços dos empórios se dividem entre as três ilhas de alimentação integrando bar e restaurante. “Integramos todos os imóveis para que os clientes não identificassem que eles tinham pés-direitos diferentes, com linguagens e datas de construção distintas. Tudo isso tem uma linguagem única, sem descaracterizar o ambiente fabril”, destaca a arquiteta.
As grandes estantes do empório ficam na lateral oposta e as menores – flexíveis – no meio do galpão, permitindo mudanças no layout. De acordo com André, foi importante focar na circulação do espaço. “Procuramos usar materiais práticos, adequados para ambientes com circulação intensa. Preservamos o teto, mantendo a estrutura de telhado tradicional. Apenas pintamos o madeiramento de Aberto durante o horário de funcionamento, protege da chuva, mas sua característica principal é deixar a entrada convidativa André Weigand branco”, destaca.
De acordo com Mariana, a cozinha, as câmeras frias, as galerias internas de comida e despensa também foram reformuladas. “O dimensionamento disso e a complexidade dos equipamentos foram bem marcantes no projeto”, ressalta.
As ilhas foram caracterizadas e diferenciadas com acabamentos distintos. Um dos destaques foi a cerâmica extrudada de alta resistência, aplicada em todo piso. Outros materiais utilizados foram as massas cimentícias com diferentes granulometrias, azulejos, ferro natural, granilite e tijolos de demolição.
Na ilha do café foi utilizado o chapiscão no balcão com um fundo de cimento. No bar, por sua vez, usaram cerâmica em branco e azul para garantir um ambiente mais descontraído.
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