Sabe aquele lugar habitual do bairro marcado para ser um agradável ponto de encontro entre Existia a preocupação de não descaracterizar a região. O projeto começou de fora para dentro, com a intenção de criar uma espécie de ponto de encontro Omar Dalank a vizinhança? Este é o Armazém do Barão, um espaço que nasceu com a ideia de preservar as relações interpessoais do velho Campo Belo, em São Paulo. “É uma loja de vinhos, com clara proposta de uso comercial, mas que ao mesmo tempo insere-se entre várias casas. Então, existia a preocupação de não descaracterizar a região. Costumo dizer que o projeto começou de fora para dentro, com a intenção de criar uma espécie de ponto de encontro”, explica Omar Dalank, um dos sócios do escritório ODVO Arquitetura, responsável pelo projeto.
O programa é marcado por um grande recuo entre a fachada e a calçada, totalmente forrado por ladrilhos hidráulicos até o interior do armazém. Na frente da loja, o banco e o jardim lateral dão a aparência de uma praça logo em frente à casa sem portões. A residência, por sinal, sofre poucas intervenções. Uma delas é a marquise metálica em azul que envolve a grande vitrine da loja. Para Victor Oliveira Castro, sócio da ODVO Arquitetura, a praça de entrada cria o clima convidativo. “É porque resgata os anos anteriores e se confunde com as ruas de paralelepípedo próximas. Foi o toque perfeito para quebrar a barreira entre o público e o privado. As pessoas têm acesso sem consumir”, diz.
Quem entra na loja não se depara com uma porção de produtos. Pelo contrário. Os ambientes foram projetados de tal maneira que os frequentadores passeassem pelo armazém. Na parte térrea, à direita, estão paredes revestidas por ladrilhos hidráulicos que, em conjunto com o jardim prolongado até o final da casa, unificam os ambientes. Do lado oposto estão as paredes cobertas pelas estantes de produtos. Dentro deste plano, as atrações do armazém são distribuídas em três áreas principais, a começar pela exposição geral, criada junto à entrada para receber as pessoas e formada por uma grande lousa que anuncia a loja. Na parte intermediária há um setor de frios e degustação, um espaço com longa mesa de granito preto ampliado até a área externa. No fim da parte térrea há uma área própria para vinhos especiais e charutos que simula uma sala de estar, envolvida por um pergolado de madeira que equilibra a entrada de luz e deixa o ambiente mais aconchegante. Sustentado por uma estrutura metálica que substitui todas as paredes existentes da casa, o andar superior recebe a sala de administração, sanitário e uma ampla sala de aula com grande bancada Tentamos aproveitar ao máximo o que era possível. O piso de madeira e a laje da casa já existiam, apenas recuperamos e complementamos Carol Kaphan Zullo de pedra branca e fogão para 10 alunos.
Como uma das premissas do projeto era aproveitar a estrutura pré-existente e minimizar gastos, o escritório reutilizou alguns materiais. “Tentamos aproveitar ao máximo o que era possível. O piso de madeira e a laje da casa já existiam, apenas recuperamos e complementamos", conta Carol Kaphan Zullo, arquiteta e urbanista da Mínima Arquitetura, parceira da ODVO no projeto. Materiais simples em sua essência também foram utilizados. “Um exemplo é a longa estante do lado esquerdo do estabelecimento feita com compensado naval”, completa Victor.
Escritório
Veja outros projetos relacionados
Termos mais buscados