Quem passa pela avenida Rebouças – com a rua Cristiano Viana –, uma das mais movimentadas da cidade, pode contemplar presencialmente o POD Pinheiros, um imponente edifício se destaca entre os prédios vizinhos.
Desde as lojas situadas no térreo, com formas geométricas e cores características, o pedestre é desafiado a reclinar a cabeça e ver nos 28 metros todos os contornos que o time do FGMF incorporou no mais recente projeto do escritório.
Encarregados de projetar um novo edifício no local que abrigava anteriormente imóveis antigos, os arquitetos seguiram as premissas do novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo (PDE 2014) para desenvolver a nova proposta de empreendimento que aproveitasse o potencial construtivo do terreno de 1.607,57 m², respeitando os limites de verticalização da região.
O resultado foi um prédio multiuso com dois níveis de lojas, dois andares dedicados a conjuntos comerciais e uma torre residencial de 24 pavimentos. Ao redor do empreendimento, as calçadas foram ampliadas e agora têm cinco metros de largura, democratizando o uso do espaço público e a relação das pessoas com o edifício e o seu entorno.
No nível da rua, uma pequena praça se integra ao contexto urbano e marca o ponto de acesso de pedestres, posicionado nas esquinas das duas vias, e se estende para o centro do conjunto, um átrio monumental com altura equivalente a oito andares, formando a praça interna semipública. As sete lojas de distintas metragens ocupam o térreo e se abrem tanto para a área interna quanto para as duas frentes do edifício.
Sobre a praça, parcialmente descoberta, passarelas em concreto maciço conectam diferentes trechos do prédio. São circulações abertas à altura das copas das árvores que ajudam a fortalecer essa conexão, permitindo que as pessoas se vejam. “O volume do embasamento, com seus terraços ajardinados, passarelas abertas, grandes vazios e suas proporções horizontalizadas são parte da paisagem urbana, de todos os que passam por ali.
A localização e o formato do lote influenciaram na volumetria do POD, que nasce a partir de um grande vazio interno de proporções inusitadas e interessantes, de cor vermelho intenso Lourenço Gimenes
Sendo assim, o primeiro trecho do prédio é trabalhado como um elemento na escala do pedestre, de desenho da cidade, não como um elemento isolado de seu contexto”, complementam os arquitetos do FGMF.
Essa área central ainda unifica toda a estrutura, composta por dois pavimentos superiores de uso comercial – com disposições entre 47 m² e 90 m² – e área residencial, disposta em uma torre alongada que se ergue no primeiro nível acima do átrio e que dispõe de uma ampla área de lazer a fim de separar o público do privado. Nesse andar, uma arquibancada permite contemplar o pôr do sol e a vista livre e permanente para os Jardins, região bastante arborizada da cidade.
Na área externa, diferentes formatos de varandas se sobrepõem, formando um exterior instigante, de colorações preto, vermelho e cinza, e que se destaca entre o horizonte de casas e copas das arvores. As cores foram aplicadas também na sinalização interna do prédio, complementadas pelo verde dos jardins ainda em crescimento dos terraços.
“A localização e o formato do lote influenciaram na volumetria do POD, que nasce a partir de um grande vazio interno de proporções inusitadas e interessantes, de cor vermelho intenso. A torre segue com variações de varandas em desenhos de linhas e caixas, sendo coroada em momentos escalonados, também ajardinados, trazendo até o topo uma contribuição nova para a paisagem urbana”, explica o arquiteto Lourenço Gimenes.
As unidades residenciais foram distribuídas do quarto ao 23° pavimento do empreendimento. Ao todo, são 127 apartamentos (80 unidades com um dormitório variando de 36 m² até 72 m²; 41 unidades com dois dormitórios, entre 65 m² a 88 m²; e seis apartamentos duplex de 75 m² a 93 m² com pé-direito duplo em configurações de um e dois dormitórios). Todos com uma vaga na garagem no subsolo, de acesso único pela avenida Rebouças, uma das mais efervescentes e movimentadas da capital paulista.
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