Para a reforma do Petroleum Apartment, o arquiteto Diego Revollo levou em consideração o moodboard (um conjunto de preferências estéticas) apresentado pelo cliente. Ele não fazia menção a móveis, ideias ou soluções de arquitetura, mas mostrava um pouco do seu universo: o gosto particular pelo mar e suas cores (verde, azul e azul-petróleo), bem como a afinidade com a fotografia. A partir do aval do morador, o apartamento passou por mudanças radicais que integraram os ambientes e determinaram um projeto de marcenaria impactante.
Em conversa com o arquiteto, o proprietário havia manifestado que nada do projeto original deveria ser mantido. E isso ficou claro após a primeira visita do profissional ao apartamento, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo. Segundo Revollo, o imóvel de 90 m² era compartimentado e composto por três dormitórios, sala, cozinha, lavanderia e quarto de serviço. “Então, a principal ideia era a integração dos espaços, a partir da redução de compartimentos”, relata. O resultado disso equivale à eliminação de dois dormitórios e do quarto de serviço, e ao fim das barreiras entre cozinha, sala de jantar e de estar.
Como se tratava de um apartamento, a maior dificuldade para a reforma era a questão das prumadas e do posicionamento dos pontos de hidráulica e esgoto. Para Revollo, qualquer alteração nesse sentido é sempre complexa, especialmente neste projeto que sofreu importantes intervenções físicas.
Foram muitas mudanças no Petroleum Apartment. A cozinha – antes totalmente fechada –, agora ocupa o mesmo espaço das salas de jantar e estar. Esta, por sua vez, teve a área ampliada depois da eliminação de um dos dormitórios, enquanto a área do antigo lavabo e parte do quarto de serviço transformaram-se em um pequeno escritório. Já o restante do dormitório de empregada foi convertido em um pequeno banheiro. “Na parte íntima, o dormitório principal foi mantido e o segundo passou a acomodar um closet, que segue integrado ao banheiro original através de portas de correr”, finaliza Revollo.
A marcenaria também traz uma nova estética ao apartamento. De acordo com o arquiteto, ela não aparece apenas nas portas ou armários (como normalmente acontece), mas em pontos inusitados que contribuíram para o resultado único do projeto.
Os banheiros fogem da aparência típica. O piso foi revestido de madeira, as paredes são apenas pintadas (sem nenhum material de revestimento) e as cubas posicionadas sobre pequenos armários cujo formato lembra cômodas. Com cantos arredondados, estes mobiliários trouxeram um visual levemente retrô ao espaço.
A base em todas as paredes e tetos do Petroleum Apartment é um cinza claro, contrastando com o aspecto ‘quente’ e uniforme do piso de madeira, feito em assoalho de Tauari. Com tom de mel, o material trouxe aconchego e foi fundamental para não escurecer os ambientes.
Essa era uma das preocupações do arquiteto, afinal, o apartamento era desprovido de janelas e grandes aberturas, tendo em vista a arquitetura original do prédio, que tinha características do final dos anos 80 e começo dos 90.
Revollo comenta que, a princípio, essa junção da base cinza clara das paredes e teto com a madeira clara do piso já seria suficiente para compor a paleta de cor do apartamento. No entanto, decidiu ousar um pouco, retomando as referências estéticas mencionadas pelo cliente.
Em meio à neutralidade dos tons cinza e da madeira, há variações do azul-petróleo por todo o imóvel. Balcão da cozinha, armário do closet, bancada do banheiro e algumas peças da decoração são pintadas dessa cor, mas é o home office que mais chama a atenção. “Parede, teto e marcenaria foram pintados no mesmo tom. O resultado é impactante; é a cereja do bolo do projeto”, finaliza.
Escritório
Termos mais buscados