Logo Construmarket
Banner

Nova sede do Mercado Livre no Brasil

Nova sede do Mercado Livre no Brasil
A interação entre ambientes, funcionários e a sustentabilidade são os conceitos norteadores do novo projeto do Mercado Livre. Imagens: Pregnolato & Kusuki
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil
Nova sede do Mercado Livre no Brasil

Trabalho, doce lar

Texto: Ana Marquez

A partir do momento que fomos escolhidos, começou um entrosamento muito grande Sergio Athié

O Mercado Livre deixa Alphaville e vem para sua nova sede em Osasco, na Grande São Paulo. De cara nova, o projeto arquitetônico do complexo foi inspirado no campus das empresas do Vale do Silício, localizado na Califórnia – região que concentra as maiores e mais importantes empresas de tecnologia do mundo.

A necessidade de mudar e ampliar seu espaço nasceu do sucesso: o Mercado Livre tem comemorado uma alta de 61% em sua receita líquida no Brasil. Por isso, investiu R$ 105 milhões e se expandiu para receber novos colaboradores. A empresa tem lugar para até 2.000 funcionários e, atualmente, conta com 1.200. O novo projeto tem 33.000 m² de área de terreno e 17.000 m² de área construída.

O escolhido para a tarefa foi o athié wohnrath, trabalhando em parceria com o escritório argentino Estudio Elia / Irastorza (EEI), que tinham como responsabilidade traduzir na revitalização os objetivos da empresa: encantar talentos; aproximar parceiros e clientes; e promover a sustentabilidade.

“A partir do momento que fomos escolhidos, começou um entrosamento muito grande. A partir daí, demos início ao desenvolvimento dos estudos de viabilidade para esse projeto”, comenta o arquiteto Sérgio Athié, do escritório athié wohnrath.

“Nosso escritório participou e participa de vários projetos para o Mercado Livre, principalmente em Buenos Aires, na Argentina. Para o projeto de São Paulo, nos baseamos na experiência que tivemos em outras sedes, e o resultado foi formidável”, conta a arquiteta Paula de Elía, do Estudio Elia / Irastorza (EEI).

Industrial integrado

No retrofit, os arquitetos mantiveram o caráter industrial do prédio. Todas as estruturas originais foram mantidas. Para harmonizar com todo o ambiente, a praça central foi feita com placas cimentícias.

O prédio era uma caixa de concreto fechada, então, uma das primeiras ideias do projeto foi a de criar janelas nas laterais, para que as pessoas pudessem ter contato com os ambientes externos.

A vegetação está presente nos jardins e nas coberturas das “macetas” – como eles chamam as salas de reunião e para encontros informais. Em formato circular, esses espaços são feitos de madeira.

Estão espalhados pelo projeto, espaços para reuniões e encontros informais. Apelidados de “macetas”, têm formato circular e são feitos de madeira Foto: Pregnolato & Kusuki

A ideia das macetas é trazer os clientes, parceiros e fornecedores para dentro do ambiente. Por fora, são esteticamente iguais, mas o mobiliário interno varia. Algumas têm mesas e projetores, e outras são ambientes para relaxar, com poltronas penduradas no teto.

Além disso, o projeto também conta com integração das áreas externas. Para isso, os arquitetos criaram uma alameda principal, que ganhou vegetação e árvores, por onde é possível caminhar e se deslocar para diversas atividades da empresa.

Ambientes humanizados

Para o projeto de São Paulo, nos baseamos na experiência que tivemos em outras sedes. O resultado foi formidável Paula de Elía

A empresa foi batizada de Melicidade. “Meli” é a sigla como eles são conhecidos na bolsa Nasdaq e “cidade” porque essa é a ideia principal da companhia para a sua nova sede paulista. Os funcionários desfrutam de todo tipo de comodidade a passos de distância.

O projeto conta com áreas de trabalho compartilhadas que privilegiam o contato direto entre todos os colaboradores. O estabelecimento tem: cafeteria, 140 salas de reunião, 11 salas de treinamento, auditório com 200 lugares, arquibancada para eventos internos, biblioteca, espaços de descanso, restaurante com capacidade para 450 pessoas e uma área de esportes e lazer – chamada de Meli Mall – na qual há academia, salão de jogos, salão de beleza, atendimento nutricional e massagem. Para completar, a área externa tem um jardim com redes e uma quadra poliesportiva.

Cada ambiente tem sua função. O lobby é o espaço dedicado à aproximação das pessoas. Os escritórios têm foco na excelência. O café é o ponto de encontro e uma chance de interação. A biblioteca é o lugar ideal para dedicação e a concentração. As salas de reunião foram feitas para que os funcionários empreendam. A área do Meli Mall encanta quem a conhece. Já o jardim expressa a noção de sustentabilidade. E, por fim, o restaurante oferece opções nutritivas para o bem-estar dos colaboradores.

Todo o ambiente é um grande galpão aberto e foi necessário dividir, mesmo que de maneira simbólica, as equipes de trabalho. Para isso, a empresa nomeou cada uma a partir de uma localidade brasileira, como Vitória, Rio de Janeiro, Oiapoque e Chuí. Esses nomes foram escolhidos por meio de um concurso interno entre os funcionários.

“O Mercado Livre dá muita importância à versatilidade de espaços. A ideia é a interação entre os funcionários, e que seja desenvolvido o senso de comunidade”, explica a arquiteta argentina Milagros Irastorza, também do Estudio Elia / Irastorza (EEI).

Arte: cor e vida nos espaços

A arte também foi incorporada ao projeto. Um grupo de grafiteiros argentinos e brasileiros trabalharam nas obras, que podem ser apreciadas nos diversos ambientes. Foram dezenas de intervenções artísticas realizadas nas áreas internas e externas do complexo, que ajudam a trazer cor, vida e, ao mesmo tempo, leveza aos ambientes. As obras são dos artistas Timoteo Lacroze, curador do grupo, de Rimón Guimarães, Mart Aire e João Lelo.

Sustentabilidade em foco

No telhado, foram colocados 2.000 painéis fotovoltaicos, que geram 50% da energia consumida Foto: Pregnolato & Kusuki

O projeto conta com 2.000 painéis fotovoltaicos no telhado, que geram metade da energia consumida na empresa. Em dias de sol, por exemplo, o complexo é capaz de se sustentar sozinho. A iluminação artificial é 100% automatizada, ao todo são 2.800 lâmpadas LED, o que ajuda a reduzir em até 75% o consumo de energia. Apesar disso, o ambiente foi projetado para permitir a entrada de luz natural, através das grandes aberturas das janelas que privilegiam essa questão. Atualmente, a empresa é o segundo maior espaço privado em termos de uso e geração de energia solar no Brasil, ficando atrás apenas do estádio do Mineirão.

O Mercado Livre dá muita importância à versatilidade de espaços, por isso cada edifício tem um tipo de uso diferente Milagros Irastorza

A companhia também reutiliza 80% de toda água da chuva. Há quatro tanques de reúso para irrigação dos jardins e estabelecimentos das bacias sanitárias. A reciclagem também está presente. O carpete colocado nos postos de trabalho, por exemplo, foi feito a partir de produtos reciclados, e o descarte de resíduos como papel, metal, plástico, pilha e óleo é incentivado entre os funcionários. Além disso, há também uma composteira usada para a transformação das sobras de alimentos em adubo orgânico, que posteriormente é doado ao projeto social Hortas de Osasco.

Da mesma forma, ações são levadas em conta para incentivar a sustentabilidade, como o estímulo para que os usuários não usem o carro pelo menos uma vez por semana e troquem caronas entre eles.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2015
  • Conclusão da obra: 2016
  • Área do terreno: 33.000 m²
  • Área construída: 17.000 m²

Ficha Técnica

Veja outros projetos relacionados