Após ampla reforma, a Casa no Butantã passou a exibir uma estética concisa e com poucos elementos. Assinado pelo escritório 23 Sul, o projeto arquitetônico tirou proveito dos materiais no estado bruto, imprimindo um estilo robusto à nova morada, localizada em São Paulo.
A reforma foi organizada a partir de uma cobertura que abriga o único bloco programático, onde estão localizados os dormitórios e os banheiros.
A intervenção gerou um amplo salão, que, através de uma escada escultórica de concreto aparente, une e acomoda a sala de estar, a cozinha e o mezanino. “A escada tem uma posição central na casa, dividindo dois ambientes sem criar separações”, explica o arquiteto Ivo Magaldi, um dos responsáveis pelo projeto.
Uma das exigências do jovem casal de proprietários da Casa no Butantã foi criar permeabilidade e diálogo entre as áreas, sem, contudo, comprometer a privacidade dos moradores. O espaço do mezanino é um exemplo da iniciativa de “abrir para fechar”, pois, ao mesmo tempo em que está integrado como um todo aos espaços, modula o salão, criando condições para diversas atividades.
“Na frente do mezanino temos um pátio seco que é resguardado da área da rua. No fundo há outro pátio, no mesmo estilo, e um pequeno jardim”, comenta Luís Pompeo Martins, também responsável pelo projeto.
Todo esse ambiente é delimitado sutilmente por um pano de vidro que garante a integração do interior com o exterior, assim como ventilação e iluminação naturais. O projeto utiliza suas grandes janelas para favorecer a entrada desses recursos durante todo o dia, o que propicia uma significativa redução no consumo de energia elétrica. O telhado, em telha sanduíche, contribui para proporcionar boas condições térmicas aos espaços da Casa Butantã.
Outra medida ecológica foi a implantação de um sistema de aquecimento solar para obter água quente na residência.
Uma empena cega foi criada na fachada para realçar a volumetria que existia em uma parte mais íntima da casa. “O quadro branco que fica na frente da residência passa a sensação do volume”, completa Martins.
A Casa no Butantã foi construída com poucos recursos, optando-se por materiais básicos e em seu estado bruto, o que lhe conferiu um toque industrial. A residência foi toda estruturada em ferro, mas ela recebeu também concreto e grandes vitrôs.
“Usamos bastante ferro na estrutura e na cobertura. As lajes que cobrem os dormitórios são aparentes e o piso é de cimento queimado. Os vitrôs, também de ferros, foram utilizados para trazer iluminação para toda a casa”, conclui Magaldi.
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