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Azul e Branca

Azul e Branca
Encaixada em meio nível, a casa Azul e Branca possui a entrada principal marcada por estrutura metálica e brises que protegem o seu interior. Imagens: Tarso Figueira
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Proteção de metal em balanço

Texto: Nuri Farias

A entrada principal da casa Azul e Branca é marcada por um pórtico de metal com brises que foram colocados na horizontal para proteger o interior da construção do forte sol poente. Devido ao clima baiano, o arquiteto André Luque, do escritório André Luque Arquitetura, teve de aplicar métodos que preservassem e refrescassem os ambientes.

No ponto mais alto do terreno em declive, a residência foi encaixada em meio nível. Um pouco mais baixa em relação às demais, ela não chama tanto a atenção quando se passa por perto, mas sua fachada contemporânea – uma característica solicitada pelos proprietários, que possuem interferência com esse tipo de arquitetura – é a forte referência da obra.

Estrutura metálica em evidência

Assinada como a entrada principal, a fachada norte recebeu fechamento em vidro por toda a sua extensão, para que todos os ambientes possuam visuais para a mata, considerada pelo arquiteto “a vista mais bonita do terreno”.

“A proteção solar é feita por um tecido perfurado tensionado por cabos de aço fixados nas vigas. Isso imprime uma grande leveza e fluidez à residência”, revela André, referindo-se a um dos pontos que mais preocupou no momento da execução da obra, já que tudo foi bem calculado para ajudar na eficiência térmica.

O poste com estrutura metálica segura esses cabos e chama a atenção devido ao contraste com o céu e a mata. De acordo com o autor, ao olhar diretamente para a fachada não é possível notá-lo. “É como se ele desenhasse o contorno da casa sem interferir na infraestrutura em momento algum”, completa.

Ao mesmo tempo em que bloqueia a passagem da chuva, o tecido perfurado ventila o interior através dos furos. Se a chuva for fraca, não passa água para o lado de dentro; mas se for forte, têm-se uma névoa. Além disso, a cobertura em balanço é o ponto fundamental para sombrear a residência. “É ela que protege a área envidraçada do sol e garante a manutenção da temperatura”, acrescenta o arquiteto.

Medidas sustentáveis

A implantação de uma cisterna interna embaixo da garagem foi uma das soluções sustentáveis adotadas, que proporciona economia de água. Ela permite a irrigação do jardim, que passa a ser feita pela captação e reuso da água da chuva. Já o tecido tensionado, presente em uma parte do grande beiral para a piscina solar, torna a iluminação natural predominante, mesmo sem muito sol, mas com boa incidência de luz, garantindo mais eficiência térmica.

A entrada social é composta por um grande átrio metálico protegido por um pergolado. Através de uma passarela de madeira sobre um espelho d’água chega-se a uma ampla sala de estar que se conecta ao exterior e ao restante da casa.

Layout interno reservado

Internamente todos os pisos são de pedra granilite branco. Com exceção da sala, na qual o arquiteto trabalhou um tapete de borda de madeira ipê nas réguas para marcar a área social. Ainda no térreo, alinhadas à fachada norte, estão a piscina e o deck de madeira que usufruem de sol e da integração com a natureza.

“Os ambientes de estar e os quartos voltam-se para a mata nativa próxima, os de serviço ficam diante da rua. A distribuição ainda garante a privacidade do morador: os espaços íntimos concentram-se no andar superior e os sociais, embaixo”, conclui André.

Veja outras coberturas em balanço:

http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/nir-sivan-architects-associates_/onda-carioca/224

http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/nda-arquitetura_/residencia-ec/1195

Escritório

  • Local: BA, Brasil
  • Início do projeto: 2006
  • Conclusão da obra: 2007
  • Área do terreno: 2.141 m²
  • Área construída: 615 m²

Ficha Técnica

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