No Apartamento Joaquim Guarani, localizado no bairro do Brooklin, em São Paulo (SP), os arquitetos do escritório MARCOZERO Estudio elegeram dois armários para serem os trunfos do projeto de interiores. Sobre rodízios, eles modificam o layout do imóvel a cada novo posicionamento. Essa solução trouxe mais que um design diferenciado; resultou ainda numa reforma econômica.
O arquiteto Davi Eustachio, autor do projeto junto a Pedro Coltro e Thiago Vita, conta que a escolha por esse tipo de mobiliário surgiu a partir da premissa de integração dos espaços. Como o cliente mora sozinho, a equipe do MARCOZERO Estudio quis aproveitar os 70 m² da planta livre do apartamento. Dessa forma, todos os cômodos deveriam estar integrados em um espaço único e mutável, inclusive o dormitório.
Segundo Eustachio, todos os ambientes do Apartamento Joaquim Guarani conservam suas funções práticas, porém, criam um ponto de intersecção devido, sobretudo, à posição dos armários.
Fabricados em estrutura de aço carbono e fechamentos de madeira e policarnato, esses móveis possuem rodinhas que permitem sua fácil movimentação. Assim, são capazes de alterar a configuração do apartamento. Se recolhidos, criam uma área de estar maior. Quando afastados em relação à parte íntima, configuram uma suíte generosa. Por fim, quando afastados um do outro, conectam sala e quarto em um grande ambiente único.
Versátil, esse mobiliário pode servir de apoio tanto para a sala de estar quanto para o dormitório, bem como cumprir a função de um bar, por exemplo.
“Com apenas um mobiliário evitamos a construção de uma parede de alvenaria ou drywall. Economizamos, portanto, tanto nos recursos monetários quanto de materiais e mão de obra”, expõe Eustachio.
Sala, banheiro, cozinha e quarto foram mobiliados com outras marcenarias, mas adotam o mesmo estilo das estantes principais. São produzidas em compensando aparente de madeira certificada e selante natural evitando o uso de produtos químicos. Além disso, recebem detalhes em laminado melamínico azul em alguns fechamentos. “Já na cozinha, a marcenaria foi feita em aço carbono e policarbonato, cuja estrutura segue fixada a um trilho chumbado na laje”, detalha o arquiteto.
Com apenas um mobiliário evitamos a construção de uma parede de alvenaria ou drywall. Economizamos, portanto, tanto nos recursos monetários quanto de materiais e mão de obra Davi EustachioO conceito de integração também foi adotado no piso do Apartamento Joaquim Guarani. Revetido de cimento queimado, ele estabelece um diálogo com a laje, por sua vez mantida em concreto aparente e sem forro de gesso para economizar nos materiais.
Como descreve Eustachio, as janelas da sala foram direcionadas para o oeste; já as do quarto e da varanda se voltam para o sudeste. “Com isso, o apartamento é bem ventilado, o que evita o uso constante do aparelho de ar-condicionado”, comenta o arquiteto, acrescentando que a disposição das aberturas ainda favorece a iluminação natural. “Esse recurso é intenso e constante, de modo que as luminárias sejam necessárias apenas ao escurecer”, reforça.
Para melhorar o conforto térmico, foram instaladas persianas rolô em poliéster reciclado com proteção contra raios UV. Esse produto contribui para reduzir, consideravelmente, o consumo do ar-condicionado. Com todas as lâmpadas de LED, o projeto mostra que prioriza o consumo consciente.
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