Em Porto Feliz, interior paulista, o Sítio do Sal – nome formado pelas três iniciais dos filhos pequenos do proprietário – é uma construção feita para atender a todas as expectativas de um casal e sua família. Eles sonhavam em ter um lugar paradisíaco para passar os finais de semana na companhia de amigos, além de aproveitar a infância dos filhos. Na morada, projetada com estrutura tradicional de concreto e madeira, deveria sobrar conforto e integração com a natureza. Com essas premissas, a arquiteta Zize Zink não economizou medidas ao projetar a casa de campo térrea com 1.200 m² de área totalmente voltada ao lazer. Para manter o lar sempre ventilado, as portas de vidro foram planejadas com 2,50 m de altura. As janelas – a exemplo das situadas na sala – possuem tamanhos variados e chegam a quase 7 m de largura. O pé-direito na área social é de 4 m, e na área íntima, 2,5 m. No jardim, a horizontalidade da construção foi quebrada por fileiras de palmeiras imperiais e Washingtonias. A integração com a natureza acontece da fachada ao interior da construção, por meio de materiais rústicos como pedra, madeira cumaru usada nos caixilhos, rodapés e pergolados, e tijolos de demolição com junta seca. “Tivemos a intenção de diminuir tanto o impacto ambiental quanto o visual. Já o emprego de tons neutros contribui para manter a natureza ao redor protagonista desse projeto”, expõe Zize Zink.
A casa foi projetada como se fosse três construções: um anexo com quatro suítes para os hóspedes; Tivemos a intenção de diminuir tanto o impacto ambiental quanto o visual. Já o emprego de tons neutros contribui para manter a natureza ao redor protagonista desse projeto Zize Zink um espaço de bem-estar, composto por sala de estar, terraço e varanda; e a casa principal, na qual fica a família, dotada de quatro suítes, sala de jogos com brinquedoteca, varanda, home theater, estar, lavabo, jantar, cozinha, cozinha gourmet e um grande terraço. Todas as áreas são integradas entre si e com a natureza, visível através das grandes janelas e portas de vidro. De acordo com Zize Zink, o terraço com cozinha gourmet é, sem dúvidas, o lugar mais disputado da residência. Equipado com churrasqueira, forno para pizza e fogão industrial, atende a diversos menus. Ao lado, o corredor com deque de madeira cumaru permite a todos apreciarem o verde do entorno. O tom também está presente na piscina revestida com pedra balinesa na cor verde e de borda infinita, que cria uma espécie de cachoeira. Em volta, o deque de madeira cumaru tem réguas de 7 cm de largura com juntas aleatórias, e um guarda-corpo de vidro transparente evita acidentes e protege as crianças. Ao lado, o pequeno playground é uma área de convivência possível de ser usada tanto durante o dia quanto à noite.
Privilegiado, o terreno em declive segue em direção a um pequeno lago e, no alto, oferece uma linda vista. A topografia sinalizou à arquiteta o melhor local para implantação da casa, que ganhou o lago como uma bela paisagem panorâmica. “Mas nem sempre foi assim. No início tivemos de levantar a planície e suavizar o declive. Isso exigiu dois meses de trabalho com máquinas para arrumar as irregularidades na superfície”, conta Zize Zink.
Até mesmo o lago encontrava-se em péssimas condições. “Estava morto. Nós o recuperamos com a ajuda de um especialista, que o alargou e reimplantou a flora e fauna”, declara a arquiteta. Agora ele faz parte das opções de lazer do refúgio. Repleto de peixes, transformou-se no ponto de referência buscado por Zize, uma vez que a proposta sempre foi fazer uma casa de campo com um quê de morada de praia, voltada para a água.
Das espécies existentes no sítio, 90% foram plantadas e atestam essa bem-sucedida mistura: Um jardim de casa de campo, com traços tropicais. Ao seguir esse conceito, a paisagista Caterina Poli, sócia de Sérgio Menon na empresa Grama & Flor, deu forma a um canto original, com árvores como jabuticabeiras, yucca, entre outras. “Tudo nem tão certinho nem tão desarrumado”, define Caterina.
A unidade entre as construções acontece por meio dos mesmos materiais rústicos usados tanto no interior quanto no exterior da casa. O estilo orgânico transparece no farto uso de tijolo de demolição, madeira cumaru e piso de arenito, este último escolhido por Zize para minimizar o impacto visual da construção diante da natureza ao redor. Já no interior, as paredes dispensaram o acabamento com massa fina e receberam a textura Durite. Zize Zink explica: “Para não ficar com cara de residência urbana”. As tonalidades neutras também foram seguidas nos objetos de decoração, principalmente nas obras de arte. “Como queria que o verde fosse a tonalidade mais forte, buscamos empregar cores apenas nas obras de arte e no tom vermelho do lavabo, escolhido para dar um pouco de graça ao lugar fechado”, confessa a arquiteta. Além da autora do projeto da casa, a arquiteta participou da escolha de cada peça usada na decoração: xícaras, lençóis, toalhas e muitos outros detalhes têm um pouco de seu toque.
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