O terreno de curvatura acentuada, na parte alta do Rio Vermelho, foi visto por Siegbert Zanettini como uma oportunidade de fazer algo diferente. Por isso, o complexo hospitalar que será instalado em localização tradicional de Salvador – junto à faixa litorânea –, nasce com partido cilíndrico e quartos com vista do mar. A edificação, que será concluída em 2022 na capital baiana, segue princípios de sustentabilidade e humanização. Prioriza ventilação e iluminação naturais, bem como aberturas para áreas ajardinadas – tudo com um propósito comum: proporcionar bem-estar.
O Hospital Mater Dei Salvador – a quarta unidade da rede Mater Dei de Saúde – teve seu projeto desenvolvido por Zanettini Arquitetura. O conceituado escritório, que também é autor dos hospitais Mater Dei Contorno e Mater Dei Betim (ambos em Minas Gerais), propôs um desafio: um edifício em forma cilíndrica.
Com a implantação, os arquitetos tiraram proveito do terreno que fica na parte mais alta do Rio Vermelho e com curvatura acentuada, privilegiando a vista de 180° para a orla de Salvador (BA) e para os Faróis da Barra e de Itapuã.
Na proposta, que conta com área de mais de 61.188 m² e 24 pavimentos, estão organizados os espaços de atendimento; 369 leitos; 40 Centros de Terapia Intensiva para adultos (CTI) e 40 Unidades de Terapia Intensiva pediátrica (UTI); 21 salas cirúrgicas e obstétricas; pronto socorro adulto e infantil; centros de oncologia e medicina diagnóstica; e estacionamento com mais de 740 vagas, além de heliponto. O estacionamento também tem um detalhe peculiar: como o subsolo era rochoso, os 7 pavimentos de garagem foram posicionados acima de outros três pavimentos.
O setor de internação será distribuído em nove pavimentos do edifício de 100 m de altura – e provido com mais de 280 leitos de internação orientados à belíssima vista para o mar. A alternativa consiste em um desejo de amenizar o sofrimento de cada paciente.
Por situar-se no centro de três vias circundantes, a equipe idealizou o acesso principal de pedestres, veículos e ambulâncias pela avenida Vasco da Gama. Já as operações de carga e descarga pela rua Doutor Rômulo Serrano. E a saída, que fica em um nível elevado, pela avenida Anita Garibaldi.
Além do projeto principal do hospital, o escritório desenvolveu o do centro médico. O edifício hospitalar, que terá 9.944 m², 19 pavimentos e 62 consultórios, será destinado ao atendimento de funções complementares. Além disso, contará com setor administrativo e auditório para cursos, palestras e conferências.
A estrutura metálica adotada para todo o complexo acompanha a condição radio-concêntrica com solução mista aço-concreto.
Todas as normas técnicas (segurança, acessibilidade, setorização, fluxos e sustentabilidade) foram respeitadas. O complexo apresenta uma praça descoberta com jardins, capela ecumênica e local de deambulação de pacientes. A fluidez – que vai do térreo aos blocos superiores de internação – é notória no projeto. Todas as áreas foram bem sinalizadas com sistemas de comunicação, controle e operação.
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