O partido do escritório de advocacia configura-se a partir de elementos simples e funcionais que privilegiam espaços fluidos, integrados e orientados para receber iluminação natural.
Essa homogeneidade, que também favorece a contemplação da paisagem exterior e a visualização de todo o esqueleto do plano interno, é quebrada com o uso de divisórias, painéis e uma estante que delimitam as zonas de trabalho – recepção e áreas de apoio –, garantindo privacidade.
Eduardo Westphal, um dos autores do projeto, conta que “as divisórias de vidro integram os espaços visualmente e permitem à luz chegar às áreas normalmente enclausuradas. Essa integração melhora a dinâmica de trabalho ao mesmo tempo em que cria a ilusão de amplitude. Quando é necessário ter privacidade, persianas rolôs isolam as salas”.
Outro ponto interessante é que os balcões de marcenaria servem de base para alguns painéis de vidro. Isso racionalizou o uso de paredes divisórias. Assim, os planos opacos aparecem somente nos batentes das portas, no fundo da sala de reuniões – para isolá-la da recepção – e nas áreas de copa e arquivo.
O núcleo do projeto está em uma estante posicionada no centro da sala e desenhada para ser um elemento especial do escritório.
“Ela funciona como cobogós. Seu desenho, marcado por “cheios e vazios” alternados a 45°, cria transparência ao mesmo tempo em que bloqueia a visão direta entre a área de trabalho dos assistentes e a sala de reuniões. Vista a partir da recepção, essa estante orienta o fluxo dos clientes para as salas de reuniões e dos diretores. Dessa maneira, as divisórias de vidro permitem que a estante seja visualizada a partir de todos os espaços de trabalho”, afirma.
A preocupação com a funcionalidade do mobiliário era latente. Ergonomia, conforto e praticidade foram algumas condicionantes na hora de especificar determinados conjuntos. Os diretores, por exemplo, necessitavam de estações de trabalho em “L” que lhes permitissem ler e redigir documentos e receber interlocutores.
Westphal explica que, como o espaço era reduzido, o mobiliário deveria funcionar como parte das divisórias. Como consequência, optou-se pelo desenho de mesas que estivessem de acordo com a linguagem visual do projeto.
“As mesmas possuem bordas e canto interno arredondados em laca, o que garante mais conforto para digitar. Os tripés em aço inox, por sua vez, conferem leveza e facilitam a circulação ao redor das mesas. A mesma linguagem está retratada na mesa de reuniões. Com 1,2 m x 2,7 m, possui tampo em seção tipo canoa, com bordas mais delgadas e centro reforçado”.
O isolamento acústico das salas foi garantido com divisórias de drywall que receberam lã de rocha. As portas possuem vedação com borracha e os vidros são fixos. Além disso, o piso laminado foi aplicado com uma manta isolante sobre o piso existente. Já a área de trabalho dos assistentes recebeu forro mineral acústico.A iluminação artificial ocorreu a partir de spots de LED e parte em lâmpadas fluorescentes, o que contribuiu para reduzir o consumo de energia.
Houve ainda uma atenção específica para o projeto de climatização, que envolveu sala dos assistentes, recepção e circulação. Isso foi possível por meio de um único aparelho. A permeabilidade da estante permite que o ar circule por esses espaços.
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