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Casa CSP

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Feita de concreto aparente, a vigorosa estrutura da Casa CSP projeta amplos espaços em direção à paisagem da Praia da Armação, no litoral de Santa Catarina. Imagens: Larry Sestrem
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Terraços ao mar

Texto: Thais Matuzaki

No litoral norte de Santa Catarina, a cidade de Penha se destaca pelo turismo de diversão, que tem como âncora o Parque Beto Carrero World, além das mais belas praias. Na maior delas, a Praia da Armação, encontra-se a Casa CSP, cujo projeto arquitetônico foi concebido pelo escritório PJV Arquitetura em coautoria com o arquiteto Marcio Rosa.

A vigorosa estrutura portante da casa é formada por vigas e pilares de concreto aparente. Além de dar forma à edificação, essa solução resolve o programa solicitado pelos proprietários, ao mesmo tempo em que cria uma relação franca com a paisagem através da varanda e dos terraços superiores.

Os terraços configuram a varanda social (ao norte) e a garagem (ao sul)Foto: Larry Sestrem

O grande diferencial dessa morada de praia se deve à intensa ligação entre programa, estrutura e paisagem. Para o arquiteto Pablo José Vailatti, do PJV Arquitetura, a síntese estrutural configura a arquitetura da Casa CSP. “O esqueleto de vigas e pilares aparentes formatam um volume pesado e ao mesmo tempo flutuante, que gera balanços de 4 a 6 m nas direções norte e sul”, descreve. Respectivamente, esses blocos definem a varanda social e a garagem. “Assim, a estrutura cria espaços cobertos e abertos, que dialogam com a vista privilegiada para o mar”, sinaliza Vailatti.

O esqueleto de vigas e pilares aparentes formatam um volume pesado e ao mesmo tempo flutuante, que gera balanços de 4 a 6 m nas direções norte e sul Pablo José Vailatti

Os clientes desejavam uma residência prática, confortável e com estética apurada. Para isso, a influência veio da arquitetura modernista nacional e internacional, que reconhece nas formas geométricas básicas e linhas minimalistas um desenho mais limpo, de caráter atemporal. Ao manter a aparência natural do concreto, a residência ainda traz referências de uma arquitetura brutalista, que evita encapar ou esconder os materiais e as tecnologias aplicadas.

Estrutura portante traduz as fachadas

Segundo Vailatti, o projeto inicial seria executado em estrutura metálica, porém, a ideia foi descartada devido ao custo oneroso. Com a substituição para a estrutura de concreto armado, a primeira dificuldade foi encontrar um engenheiro calculista. Conforme conta Vailatti, após consultarem alguns profissionais locais, os arquitetos contrataram Mikio Homma, que já tinha desenvolvido projetos estruturais especificamente com esse tipo de material, como em algumas obras do arquiteto Vilanova Artigas.

Por conta da estrutura de concreto armado, o desenho das fachadas da Casa CSP é formalmente configurado a partir da exposição de seus componentes – vigas e pilares com dimensões de 30 x 70 cm –, os quais conformam quadros, ora preenchidos por tijolos, ora vazados. Em alguns pontos, esses elementos se projetam para originar os terraços do segundo andar e a varanda social logo abaixo.

Na junção dos componentes estruturais, foram executados negativos de 2 cm de largura e profundidade. “Eles acentuam a independência entre as partes e reforçam o design horizontal das fachadas”, detalha Vailatti.

No pavimento térreo, a estrutura é constituída por seis pilares aparentes em seu perímetro, enquanto, no pavimento superior, somam oito, sendo que quatro deles aparecem nas pontas dos balanços.

Complementando as características das fachadas, foram utilizados guarda-corpos de aço inox, esquadrias de pvc, vidro transparente e fechamentos em alvenaria com pintura acrílica na cor branca.

Divisão formal

O programa foi dividido em três partes: bloco principal, bloco de lazer e o espaço ao ar livre. O primeiro tem dois pavimentos e abriga os ambientes básicos da morada. Para a implantação desse corpo, foi realizado um grande recuo na porção norte do terreno, voltada para o mar. Paralelamente a este, foi implantado o segundo volume, ainda mais recuado em relação à praia, que acomoda a área de lazer. À frente desses dois corpos, encontra-se a última porção do projeto, com piscina, solário, jardim, quiosque, spa e área de estar descoberta. “Esse espaço aberto, desfruta do visual marcado por praia, mar e horizonte”, comenta Vailatti.

Os terraços propiciam sombras aos ambientesFoto: Larry Sestrem

Já no segundo piso, as quatro suítes e a circulação interna se abrem tanto para a sacada lateral quanto para os terraços superiores. Por isso, esses ambientes também possuem forte relação com a paisagem ao redor.

Sustentabilidade

A Casa CSP apresenta soluções práticas de sustentabilidade, que também melhoram as condições térmicas e de iluminação natural nos ambientes internos.

No segundo pavimento, a abertura das esquadrias das suítes – tanto externas quanto internas – permite uma ventilação cruzada constante, que passa pelo corredor de circulação. Além disso, o uso de argila expandida sobre a laje de cobertura e a instalação de paredes externas duplas, construídas com tijolos maciços, auxiliam ainda mais no condicionamento térmico da residência.

Outra solução sustentável é o aquecimento da água a partir de placas solares dispostas na cobertura, com apoio a gás, que evitam ao máximo o uso de energia elétrica. Da mesma forma, a abundância de vidros nos dois pavimentos do bloco principal proporciona iluminação natural durante todo o dia. Já a iluminação artificial emprega lâmpadas de LED – mais econômicas e duráveis. “A maior parte está embutida no forro de gesso, que ocorre em toda a casa, exceto em alguns pendentes na cozinha e na área de festas”, finaliza.

Escritório

  • Local: SC, Brasil
  • Início do projeto: 2012
  • Conclusão da obra: 2014
  • Área do terreno: 1650 m²
  • Área construída: 740 m²

Ficha Técnica

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