O projeto arquitetônico assinado pelo escritório Oficina Conceito Arquitetura trouxe diversidade à rua Zamenhoff, em Porto Alegre (RS). Com seus brises deslizantes, é quase impossível não notar a fachada do Edifício JCândido ao transitar por ali.
O time de arquitetos, formado pelos profissionais Rafael Kopper, Anna Falkenberg Muller, Maurício Ambrosi Rissinger, Daniel Dagort Billig, Guilherme Nogueira e Tiago Scherer, organizou todo o programa da edificação com base nas limitações da largura do lote de 13,5 m².
A premissa foi projetar uma edificação com recuos laterais e que garantisse luz e ventilação cruzada por todas as unidades habitacionais. “A partir desses recuos exploramos o maior lado do terreno, que tem 47 m de profundidade. Isso garantiu que criássemos um corpo para o prédio de 7 m de largura, proporcionando uma boa estética com relação à altura”, comentam os profissionais.
A fachada do Edifício JCândido ganhou uma identidade sensorial que passa por todas as áreas condominiais, começando na garagem e se estendendo até a circulação de acesso aos apartamentos. O painel em grafite foi desenvolvido pela Paxart Produtora de Arte para receber os moradores e seus visitantes em uma atmosfera despojada.
Foram distribuídas duas unidades por andar no pavimento “tipo”, centralizando o volume de circulação. Os dois últimos pavimentos foram reservados para as duas coberturas dúplex. Ao todo, o prédio ganhou dez apartamentos, que variam entre 94 m² e 154 m² privativos.
Além disso, o projeto conta com um subsolo, destinado à garagem, e um térreo, por onde é feita a entrada principal dos moradores e convidados. Ao fundo, foram dispostas mais algumas vagas para automóveis, na intenção de permitir mais conforto por suas vantajosas dimensões.
A planta dos dormitórios foi organizada de maneira flexível, da mesma forma que o tamanho dos apartamentos, permitindo a opções de um, dois ou três quartos.
Para os dormitórios voltados para a fachada dos fundos, foi projetada uma sacada que aumenta a incidência do sol leste. Já para os que estão na frontal, a mesma sacada faz uma transição da sala de estar ao ambiente externo e recebe os raios solares da tarde, com a incidência controlada pelos brises deslizantes.
O sistema de brises deslizantes que desenha a fachada frontal do Edifício JCândido foi montado com três painéis móveis por andar de 1 m de largura cada. As ripas foram fixadas equidistantes e paralelas entre si, com espaçamento igual à sua menor dimensão.
“Buscamos identificar a estética desses painéis com a árvore Jerivá, preservada no recuo do jardim do terreno, tendo a naturalidade como premissa na definição das cores dos seus elementos”, contam os arquitetos.
Ficou decidido, assim, que o alumínio receberia pintura eletrostática padrão amadeirada, pois, além de sua leveza e facilidade de manutenção futura, facilita não só a vida dos moradores, mas também garante uma estética duradoura para a fachada.
Os materiais escolhidos para compor o projeto deveriam ser todos de fácil manutenção, resistência a impactos e a intempéries. Para as áreas condominiais, foram aplicados granito polido, porcelanato e mosaico de vidro. As fachadas receberam chapa perfurada em aluzinc, pastilhas cerâmicas e alumínio.
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