A reforma de uma residência térrea deu origem à padaria NÓZ Cafés e Pães, na cidade de Limeira, interior de São Paulo. O projeto arquitetônico foi desenvolvido pelo escritório Vertentes Arquitetura, que buscou equacionar questões de acessibilidade e ao mesmo tempo trazer um conceito estético diferenciado para a fachada e interiores do estabelecimento.
“Os idealizadores queriam um edifício comercial diferenciado e contemporâneo, que tivesse uma identidade própria”, conta o arquiteto Adriano Couto.
Para o projeto da padaria NÓZ Cafés e Pães, os arquitetos propuseram a demolição da parede frontal original da casa, substituindo-a por uma nova fachada, mais afastada e arrojada em termos arquitetônicos.
A escolha permitiu a criação de espaço suficiente para implantar a rampa de acessibilidade, com novos patamares de acesso, um bicicletário e duas vagas de automóveis, sendo uma delas com faixa lateral especial para cadeirantes.
Sem dúvida, a fachada tornou-se um dos destaques do projeto, criando uma identidade própria ao edifício e ao mesmo tempo fazendo referência construtiva ao interior de São Paulo. Instalada em uma aba de concreto, a extensa janela de vidro frontal ajuda a conectar o interno com o externo, sendo complementada pelo balcão interno de consumo.
A esquadria funciona como uma varanda contínua, que, além de trazer benefício estético à fachada, cria um ambiente convidativo, a partir da conexão visual entre rua e padaria NÓZ Cafés e Pães. Assim, mais do que uma padaria, o empreendimento tornou-se um agradável espaço de convivência.
“Com a fachada, composta de tijolos rústicos de revestimento, concreto e vidro, buscamos trazer um conceito estético mais marcante, alinhado com a identidade comercial do estabelecimento”, explica Couto.
O uso dos tijolos veio como referência às casas tradicionais do interior da cidade, trazendo à construção um pouco do aconchego dessas moradias mais antigas. O trançado vazado de tijolos também foi inspirado em métodos de construção rurais, sendo capaz de incrementar a estética e propiciar ventilação.
“Como a construção original não era ampla, tivemos de trabalhar com espaços enxutos para encaixar o mobiliário de consumo e os equipamentos de produção. Por isso o desenho do layout precisou ser desenhado e revisado algumas vezes até se chegar a uma proposta que trabalhasse da melhor forma possível os ambientes integrados pelas demolições internas”, relata o arquiteto.
Alguns ambientes foram totalmente remodelados, como as salas de estar e de jantar. Para gerar o salão de atendimento, esses espaços foram integrados a um dos quartos. A cozinha manteve o seu layout original, sendo aproveitada como a cozinha da padaria NOZ Cafés e Pães. E a suíte do casal contou com uma ampla remodelação em termos de infraestrutura, dando lugar à fornaria do empreendimento.
O novo layout procurou adequar-se ao conceito estético comercial e à nova distribuição de ambientes e móveis. Saíram os revestimentos cerâmicos existentes e entraram o cimento queimado no salão de atendimento e o porcelanato técnico para a cozinha e fornaria.
A infraestrutura elétrica e o projeto de iluminação tiveram de ser redesenhados e aprimorados. No salão de atendimento, foram instalados eletrodutos e eletrocalhas, mantidas aparentes e pintadas na cor cobre. Além de reforçar a estética industrial do projeto, esses elementos evitam demolições e rasgos nas alvenarias, conferindo maior economia de material e mão de obra.
“Procuramos trazer uma linha de convergência mútua, buscando uma unidade estética construtiva que conversasse com esse conceito comercial. Essa confluência veio da adoção de uma linguagem mais rústica, em certo ponto industrial, tentando apresentar uma ideia de gentileza e despojamento ao local”, conclui Adriano Couto.
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