O projeto do Hotel Laghetto Viverone buscou inspiração na serra gaúcha, em Bento Gonçalves, para criar um marco arquitetônico e de hospitalidade na cidade. Sua concepção, no alto de uma colina, tira proveito das melhores paisagens da região dos vinhedos a partir de um equipamento hoteleiro moderno – tanto em sua forma, quanto em sua função.
"O terreno escolhido para a edificação do partido é marcado por montanhas rochosas que, em um primeiro momento, poderia invalidar a construção. Para atender ao programa de necessidades imposto pelo empreendedor foi necessário estabelecer dois níveis de subsolo, exigindo a detonação de explosivos para remover as rochas existentes. Isso foi feito com o menor impacto possível", afirma a arquiteta Vera Zaffari, do escritório de mesmo nome, responsável pelo projeto.
A definição do programa originou uma torre com 12 pavimentos e dois subsolos, 121 apartamentos de categoria luxo e super luxo, restaurante para 120 pessoas, academia de ginástica, sauna, ofurô e auditório para 200 pessoas, já que a cidade carecia de espaços para eventos.
Além disso, foi levado em consideração o fato de o prédio estar na confluência de duas importantes vias, o que determinou a inserção de quatro espaços comerciais, sem que prejudicassem o layout da recepção, lobby e área administrativa do hotel.
“Tiramos o melhor proveito da paisagem. Isso condicionou a criação de um grande zenital que proporciona luz natural a todos os pavimentos, inclusive no grande lobby. Essa iluminação externa também foi importante para equilibrar a temperatura ambiente, visto que Bento Gonçalves é uma das regiões mais frias da serra gaúcha", conta a arquiteta.
Os próprios quartos incorporam esse conceito, já que em cada andar há quatro unidades que possuem total fechamento de vidro, garantindo a visibilidade máxima da cidade ao redor. "Os vidros vão do teto ao piso, e da cama é possível contemplar o horizonte da serra. O Laghetto Viverone presenteia o hóspede com uma paisagem de cinema em 270 graus", complementa Vera.
A arquitetura do partido encanta pelo design arrojado e sofisticado, aspectos ressaltados pela forma curva e envidraçada da fachada principal. "Há o uso predominante da cerâmica na cor terracota, em referência à região sul, caracterizada pela forte imigração italiana. A escolha também considerou a durabilidade do material, que é um item importante no local de implantação do projeto", explica Vera Zaffari.
Outros itens destacam-se na fachada, como brises e revestimentos em alumínio composto, que são resistentes e conferem um toque de modernidade.
Já o projeto de interiores explora pedras como mármores, granitos e basalto – elementos característicos da cultura local –, além da madeira, que foi muito utilizada no restaurante. Há, ainda, o uso de mobiliário funcional, moderno e que entra em sintonia com os recursos e potenciais da cidade onde o hotel está inserido, com toque da cultura do vinho e da serra gaúcha.
A arquiteta conta que houve um cuidado especial com a questão acústica, pois nos terrenos lindeiros existem prédios residenciais e, em função disso, a escolha dos equipamentos de climatização dos apartamentos e das áreas comuns teve de ser criteriosa.
"Esse sistema foi diluído por toda a fachada, evitando que os ruídos das máquinas ficassem concentrados em uma única região, o que certamente prejudicaria a vizinhança. Já nas paredes de drywall – utilizadas entre os apartamentos – também foram utilizados isolantes acústicos, impedindo a propagação dos ruídos".
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