Inserido dentro do Hotel Caeser Business, em Belo Horizonte (MG), o restaurante Udon reflete em sua arquitetura a contemporaneidade da culinária japonesa ao mesmo tempo em que explora um material típico de Minas Gerais, a pedra sabão.
“Trabalhamos o tema da cultura oriental, mas não poderíamos deixar de pensar em quem vai até a capital mineira para conhecer os costumes locais”, conta a arquiteta Isabela Vecci, responsável pelo projeto arquitetônico e de interiores do estabelecimento.
O Udon atende tanto os hóspedes do hotel quanto o público externo e é filial de outro restaurante da mesma rede, também projetado pelo escritório vecci lansky arquitetura, mas localizado no bairro de Lourdes.
No projeto, os arquitetos procuraram usar materiais naturais, como a pedra sabão usada nas superfícies, e a estrutura de bambus que fica pendurada no pé-direito marcante do salão do bar.
Esses bambus foram produzidos pelo CERBAMBU RAVENA - Centro de Referência do Bambu e das Tecnologias Sociais, um espaço voltado para pesquisa e desenvolvimento de metodologias para a popularização do material no Brasil. Eles desempenam, tiram seiva e enceram os bambus para que fiquem com aparência natural. O projeto social foi conduzido pelo diretor Lúcio Ventania.
O programa do Udon foi organizado em três salões: bar, central e posterior. Cada um deles foi pensado de forma diferente, tanto em uso, como em ambiência.
O salão do bar, ou Izakaya, tem como protagonista o balcão central onde os clientes podem conversar e interagir sob a proteção da grande estrutura de bambus que pende do teto. “Essa área é o espaço da interação entre pessoas e também com a rua, que pode ser vista pela grande esquadria de vidro da fachada”, explica Vecci.
O segundo espaço é central e guarda proximidade com o coração da casa: o balcão da cozinha fria, principal atração dos restaurantes japoneses. Ali, a ação é comandada pelo sushiman e chef Marcelo San, que pode ser visto enquanto prepara os pratos no balcão voltado para o salão central.
O balcão, em madeira maciça tipo teca, tem sobre ele uma cortina em tecido índigo japonês, presa à barra de tubo em latão natural.
O terceiro espaço, mais interior ao hall do hotel, é conformado pela divisória de madeira e sofás estofados. Uma cortina transmite um aspecto mais intimista ao salão. Além disso, foi projetada uma estante com reminiscências japonesas, mas que expõe uma coleção de vasos e objetos de pedra sabão contemporâneos, criados pelo Estúdio Alva, de Belo Horizonte.
Na lateral que faceia o hall de entrada, foi projetada uma adega de vinhos e saquês que também pode ser vista a partir da recepção.
“Além da pedra sabão usada na entrada e sala de espera, completamos o piso com pequenos seixos de pedra calcária para remeter à imagem de um jardim japonês”, conclui a arquiteta.
Escritório
Termos mais buscados