A topografia e o entorno do terreno foram alguns pontos que inspiraram o escritório Urbem Arquitetura a projetar a FMG Monte Alegre, em 2014. Localizada em Piracicaba, interior de São Paulo, a residência enfatiza a integração dos ambientes com o paisagismo ao mesmo tempo que garante a privacidade dos moradores.
A premissa para que os ambientes internos estivessem sempre em contato com as áreas verdes proporcionou a criação de um projeto arquitetônico em dois volumes retangulares principais, que foram segmentados em sentidos e níveis diferentes. O projeto busca sua identidade através do entorno, das vistas e da estrutura da casa Marcelo Guidotti O programa foi estruturado em cruz para voltar os espaços para a antiga usina de açúcar e mata ciliar do Rio Piracicaba e para que os moradores pudessem desfrutar de uma área social privilegiada com a família e amigos.
“O projeto busca sua identidade através do entorno, das vistas e da estrutura da casa”, pontua o arquiteto Marcelo Guidotti.
A fachada norte da FMG Monte Alegre – voltada para a usina – é a que mais recebe insolação. Para proteger os ambientes e dar mais privacidade à família, foram aplicados caixilhos tipo camarão para funcionar como brises.
A frontal, que recebe o sol da tarde no lado oeste, ganhou uma solução rápida e prática no pavimento superior: um painel de câmera frigorífica revestida com um composto de alumínio. Além disso, uma extensa parede de concreto no térreo proporciona conforto termoacústico necessário para tornar os ambientes mais agradáveis.
A criação de um amplo living em um vão livre e uma garagem sob um grande balanço foram os maiores desafios. Para solucioná-los, foi utilizado um sistema de estrutura mista de modo que os materiais trabalhassem sempre dentro de suas qualidades.
De acordo com o arquiteto, somente o corpo de serviço, o escritório e a grande parede de concreto aparente do fundo do living tocam o solo, de forma que o pavimento superior pareça “pendurado” na estrutura da cobertura.
O concreto, a madeira, o aço e o mármore são os materiais que compõem os elementos arquitetônicos da casa. Eles foram escolhidos conforme suas características específicas e são aparentes, criando ambientes com texturas naturais.
As paredes de concreto foram executadas com passantes e parafusos e, quando houve a desforma, ficaram os furos nas paredes. “Fizemos uma grande pesquisa e testes de tipos de materiais que poderiam executar o fechamento sem ferir a estética que a própria obra havia criado”, explica Guidotti.
Por fim, foi escolhido o acrílico, que permite que a luz entre pelos furos. Desta maneira é possível visualizar o pôr do sol do hall de entrada da casa. “Quando as persianas tipo blackout são fechadas durante o dia, em um dos quartos, os furos parecem estrelas brilhando”, frisa.
O papel principal do projeto de iluminação, assinado pela Vertz Iluminação, é orientar e realçar o de paisagismo, além de garantir a segurança dos proprietários e seus visitantes.
A fachada recebeu peças que não ofuscam e valorizam a estética. No espaço gourmet e piscina, a luz garante uma sensação de relaxamento e conforto para receber os amigos e nadar.
Alguns tapetes diferenciados também foram utilizados, como o de um nômade indiano do Nepal no living e na sala íntima um Ziegler de origem Paquistã Marcelo GuidottiNos jardins, o foco ficou tanto na estética quanto na funcionalidade. Luzes de parede como balizadores com filtro satinado foram utilizados no muro ao longo da piscina. Foi utilizado também uma iluminação uplight, que ilumina as plantas de baixo para cima deixando o jardim encantador à noite.
O projeto de interiores busca a harmonização entre o off-white, o vidro, a tapeçaria e poucos objetos de decoração. A proprietária da casa tinha o desejo de reformar a poltrona Charles Eames, que era de seus pais e que foi colocada na sala de TV do pavimento superior.
As cores da tapeçaria da artista Djanira da Motta e Silva contrastam com a parede de concreto, sendo o elemento de destaque do living. Esta peça também foi herdada da família, além de duas cadeiras Barcelona, desenhadas por Mies Van der Rohe e Lilly Reich.
Na varanda está a mesa Bank do designer Jader Almeida e no escritório uma gravura do pintor ítalo-brasileiro Alfredo Volpi. “Alguns tapetes diferenciados também foram utilizados, como o de um nômade indiano do Nepal no living e na sala íntima um Ziegler de origem Paquistã”, conclui o arquiteto.
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