O músico e compositor norueguês Håvard Lund mergulhou fundo num projeto que buscava oferecer um refúgio de inspiração aos artistas. Ao conhecer o arquipélago Fleinvær – imerso na exuberante natureza do norte da Noruega –, decidiu que este seria o local perfeito para implantar sua proposta. Definido isso, convidou os escritórios TYIN tegnestue Architects e Rintala Eggertsson Architects para dar forma aos espaços. Ao fruto originado dessa parceria deu-se o nome de Fordypningsrommet Fleinvær; pequenas casas de madeira voltadas para as ilhas.
Lund explica que a ideia surgiu despretenciosamente. “Durante muito tempo morei próximo de Fleinvær. Inicialmente, era um local de trabalho para mim, mas o tempo passou e senti a necessidade de compartilhar com as pessoas o que eu tinha encontrado ali.”
De fato, a região escolhida pelo músico apresenta cenários inspiradores. Com localização remota, não tem nem carros nem lojas, ou seja, os artistas estão distantes de qualquer agitação e distração da vida urbana. Em Fleinvær, o cenário moderno foi substituído por longas vistas em direção ao horizonte e às montanhas sobre o mar.
Junto ao estudantes de arquitetura da NTNU (Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia), os arquitetos submeteram uma minuciosa varredura no terreno. Esse processo foi fundamental para orientar o desenvolvimento do projeto, pois foi através dele que determinaram um processo de construção com mínima interferência no ecossistema natural.
Assim, as características do lugar, tais como musgos, outras vegetações terrestes, além de áreas de nidificação de gaivotas e aves marinhas, deveriam ser preservadas. “Escolhemos uma implantação cuidadosa, na qual construímos pequenos volumes em contato sutil com o solo”, escreve Yashar Hansen, arquiteto do TYIN tegnestue Architects.
No total, foram construídas nove cabines, que englobam quatro dormitórios, uma sauna (localizada à beira-mar), um banheiro, uma cozinha, uma sala de trabalho e uma "caixa de reflexão" erguida sobre um único pilar de aço, tal como uma casa na árvore. Com exceção deste bloco, todos os demais foram ancorados com parafusos e concreto, e elevados do solo a partir de colunas de aço curvadas em ângulos de 15°.
Para o revestimento dos edifícios, os arquitetos adotaram uma madeira sustentável que adquire uma pátina cinza com o passar do tempo e das condições climáticas da região. Em algumas paredes, as peças amadeiradas foram sobrespostas umas às outras, gerando um efeito semelhante às escamas de peixe.
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