Idealizado pelo escritório Triptyque Architecture, o complexo comercial batizado como “O observatório” está localizado na Rua Oscar Freire, região nobre de São Paulo, conhecida por movimentar o comércio de luxo.
Mais que simplesmente um polo de compras, o local é um endereço de arquitetura arrojada, decoração de bom gosto e vanguarda em termos de design. A loja das Havaianas, por exemplo, projetada pelo arquiteto Isay Weinfeld, apresenta uma atmosfera informal, através das portas e janelas com formas diferenciadas.
Parte desse conjunto moderno da região paulistana, “O observatório”, caracterizado pelo volume maciço e cúbico, foi concebido como uma estrutura metálica binária, que dispõe o nível solo para acolher as boutiques e o nível “espacial” destinado ao restaurante, onde o grupo de restauração franco-brasileiro, Groupe Chez, criou o novo local de encontro: Chez Oscar.
Além da madeira predominante, a corda na base das luminárias e as pedras sobre a mesa, outras marcas do Chez aquecem a linguagem industrial do espaço. “As pedras, que vêm das montanhas, carregam mais história do que o plástico, por exemplo, que sai de uma fábrica. Gosto de brincar com as formas que elas trazem para o ambiente”, declara o arquiteto francês, Guillaume Sibaud, do escritório Triptyque.
O edifício inaugurado em outubro de 2013 divide-se em três boutiques, um restaurante, um bar e uma galeria de arte. Assim, as lojas foram dispostas no piso térreo, para permitir maior visibilidade e acesso dos usuários, enquanto os demais ambientes encontram-se nos andares superiores.
Pousado em equilíbrio sob uma estrutura assimétrica, que lhe confere cinética e provoca um efeito perturbante entre o nível da rua e os níveis superiores, o conjunto está completamente recoberto de aço inox, em sintonia com o vidro nas paredes.
Dessa forma, os reflexos causados pelo metal reconstroem a paisagem do local. De acordo com o ângulo de observação e até mesmo dos horários do dia, forma-se um verdadeiro espetáculo de imagens para ser contemplado a céu aberto.
O inusitado edifício é marcado pela caixa metálica, que está suspensa no quarto piso. Este volume, concebido como um contêiner, parece independente e visualmente instável, mas se apoia sobre três outros volumes desalinhados e recuados. Um espetáculo visto da rua, pois o material espelhado reflete o que se passa no exterior.
Para os arquitetos, o edifício não se trata simplesmente de um andar a mais, mas sim, um prédio sobreposto a outro, que mergulha no quarteirão do bairro paulistano, abrindo novas perspectivas.
Baseado nos conceitos de “cidade espacial”, desenvolvido pelo arquiteto francês Yonna Friedman, a equipe do Triptyque Architecture revela a importância de enxergar a cidade de uma maneira diferente. “A ideia do projeto foi verticalizar um pouco as atividades da rua”, diz o arquiteto francês.
Ao fugir da horizontalidade das construções é possível atender à problemática do crescimento urbano, além de gerar novos cenários para as grandes metrópoles.
Veja mais projetos do Tripyque Arquitetura: Groenlândia, Red Bull Station e Harmonia 57.
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