Mesmo vivendo em uma ampla casa no bairro Jardim Paulistano, na capital paulista, os moradores vez por outra sentiam falta de um espaço externo convidativo e repleto de verde para receber os amigos. Por isso, quando a casa ao lado foi colocada à venda, eles decidiram comprá-la, demoli-la e transformar o terreno em uma extensão da sua morada.
O curioso é que o cliente quis manter toda a casa antiga acreditando que usaria a nova área somente para eventos, porém, como o resultado surpreendeu as expectativas, os clientes agora só usam o novo espaçoMarina CardosoAs arquitetas Sarah Bonanno e Marina Cardoso de Almeida, do TRIA Arquitetura, foram as escolhidas para dar vida ao Terraço Jardim Paulistano, um espaço de 510 m² onde as hortaliças são protagonistas e faz com que os moradores esqueçam que estão em São Paulo.
“A ideia foi criar um volume único, adjacente à antiga casa, com linguagem arquitetônica mais contemporânea, porém com o uso de materiais que conversassem com os da propriedade original”, explica Marina Cardoso.
O briefing para o projeto continha somente a ideia de um grande terraço, e por isso foi proposto pelas arquitetas uma única laje com duas aberturas laterais. “O projeto ganhou uma grande laje de 12 metros de vão livre como prolongamento da sala antiga, com área de estar e TV, churrasqueira e jantar e fechamentos laterais somente em vidro para integrar ao máximo o novo jardim à área”, conta Cardoso. Como o pavilhão pode ser totalmente aberto por portas de correr, em dias quentes ele tem ventilação cruzada total.
A laje de cobertura, por sua vez, ficou nivelada com o pavimento superior da casa e virou extensão dos quartos. Nesse espaço, o cliente pediu uma horta com desníveis para a possibilidade de plantio de espécies diversas que criam sombra e ajudam a manter a temperatura interna. “Como ele (o cliente) é amante de paisagismo, escolheu e coordenou todo o plantio. As centenárias jabuticabeiras com certeza são um grande destaque do jardim”, comenta Mariana.
Todos esses elementos fazem do local um ambiente superfresco no verão e, no inverno, as portas de vidro permitem o sol entrar e mantém o calor interno.
Por ser um espaço completamente aberto, são permitidas novas soluções de layout ao longo do tempo. “Isso também gera economia em futuras mudanças, seja no gasto com material ou com resíduos.”
Apesar do projeto simples, Mariana destaca algumas dificuldades, como os níveis de piso acabado, laje e o pé-direito que deveriam seguir os moldes da casa existente, uma vez que as construções têm acesso mútuo.
Segundo a arquiteta, os clientes possuíam algumas peças herdadas de família e algumas peças de design. O trabalho delas, portanto, foi auxiliá-los na curadoria dos móveis e na melhor disposição, de modo a deixar o ambiente contemporâneo e confortável mesmo se utilizando de mobiliário antigo e com design mais robusto.
Para a transição entre os ambientes, foram utilizados caixilhos de vidro e madeira cumaru, que conversa muito com o jardim externo. No piso, a opção foi pela pedra portuguesa e na parede da churrasqueira, pelo revestimento de lajota cerâmica.
Com o projeto pronto e entregue, o resultado surpreendeu as arquitetas e os moradores. “O curioso é que o cliente quis manter toda a casa antiga acreditando que usaria a nova área somente para eventos, porém, como o resultado surpreendeu as expectativas, os clientes agora só usam o novo espaço ”, conta orgulhosa.
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