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Unitt Urban Living

Unitt Urban Living
Uma torre de 30 andares com dois pavimentos-tipo tem quase todas as aberturas dos ambientes voltadas para terraços mirantes. A atraente configuração só foi possível porque era preciso anular a vista para um cemitério próximo. Imagens: Leonardo Finotti
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Design favorece a vista

Texto: Gabrielle Victoriano

Projetar o Unitt Urban Living, em São Paulo – com uma torre de 30 pavimentos, todos os apartamentos dúplex e design de grande impacto visual –, foi o desafio do escritório Basiches Arquitetos Associados. A diretriz partiu da construtora do projeto, a SKR, que desejava um produto de qualidade e de referência no mercado, com linguagem contemporânea e sintonizada com a boa arquitetura produzida no Brasil e no mundo. Além disso, havia uma premissa decisiva: era fundamental evitar a vista para um cemitério localizado próximo ao terreno.

Esta foi a dificuldade maior: equacionar a disposição dos ambientes de modo que todos tivessem aberturas para os terraços Ricardo Basiches

“Esta foi a dificuldade maior: equacionar a disposição dos ambientes de modo que todos tivessem aberturas para os terraços. Para atender, tivemos que planejar a concepção da planta e o posicionamento no terreno. Chegamos em uma solução de pavimento-tipo com três unidades de 109 m², com duas suítes, nas quais duas são voltadas para a testada da rua e uma para o lote vizinho”, descreve o arquiteto Ricardo Basiches.

Quase todas as aberturas dos ambientes acabam em terraços mirantes, com exceção da janela da área de serviço. Com esta configuração, cada andar comporta duas unidades – uma direcionada para a rua e, a outra, para o vizinho, longe da vista para o cemitério. Já a lateral voltada para o cemitério ficou praticamente cega.

Design: volumetria em destaque

Para conferir uma volumetria externa diferenciada à torre, os apartamentos de 109 m² são intercalados por duas outras tipologias locadas em diferentes andares: uma unidade menor de 39 m² com suíte; e apartamentos com metragem maior, de 167 m² e três suítes. Estes são, na verdade, a união de unidades de 109 m² e 39 m². A separação acontece em diferentes momentos, criando um jogo de cheios e vazios que resultam em um ritmo único e diferenciado na fachada.

De acordo com Basiches “os vazios surgem como terraços mirantes de acesso comum e contribuem para essa volumetria de encaixe das unidades”. O layout incomum acabou influenciando no skyline da região ao impor uma imagem diferenciada. O arquiteto conta que a torre se destaca pelo fato de ser alta e esbelta. “Além disso, não havia muitos prédios vizinhos no entorno”.

Estudo Preliminar

O projeto foi dividido em diversas fases. A concepção surge no Estudo Preliminar, em que os arquitetos procuraram atender todas as necessidades de programa do cliente. Em conjunto, foi realizado um estudo numérico de metragens e áreas a serem comercializadas, contemplando a legislação. Após aprovação do produto, o Projeto Legal, parte-se para aprovação junto à Prefeitura com os projetos complementares de elétrica, hidráulica, ar condicionado, estrutura, paisagismo e luminotécnica. Posteriormente, inicia-se a fase de Projeto Executivo, em que acontece todo o desenvolvimento final para a execução da obra.

Os vazios surgem como terraços mirantes de acesso comum e contribuem para essa volumetria de encaixe das unidades Ricardo Basiches

Luz natural generosa

A utilização de amplos fechamentos em caixilhos, recuados em relação à fachada, permite uma generosa entrada de luz natural nos ambientes. Assim, prevalecem espaçosos terraços que protegem os ambientes da incidência direta da luz solar, tornando o interior mais confortável. O vidro também está presente no térreo e mezanino. “São grandes panos de caixilho envidraçado e pé-direito duplo. O resultado? A entrada de mais luz natural”, enfatiza Ricardo Basiches. Quanto à sustentabilidade, o projeto aderiu ao uso de placas solares e áreas permeáveis.

Arquitetura integrada

Em cada apartamento, sala de estar e cozinha possuem aberturas para o mesmo terraço que, por sua vez, oferece visibilidade para o terraço inferior, e assim sucessivamente. O vazio com pé-direito duplo integra o térreo ao superior, transformando os mirantes em pontos de encontro.

Deck de madeira, pérgola e paredes de cimento são materiais marcantes do projeto Foto: Leonardo Finotti

Nos espaços das áreas comuns, a integração entres os ambientes é proposta através de passarelas, vazios com pés-direitos duplos, fechamentos em vidro e portas pivotantes. Aqui, mais que condutores da luz natural, os grandes fechamentos envidraçados promovem a integração de espaços internos e externos. “Toda essa área interna está entre um grande jardim, no recuo frontal, e a piscina, no recuo posterior. O objetivo é uma maior convivência entre os moradores”, acrescenta o arquiteto.

Mesmo o gradil de entrada do edifício é praticamente todo envidraçado, o que permite a visualização total do embasamento da torre para quem está na rua.

Materiais

Na fachada, uma tela perfurada metálica em formato de painel serve como anteparo e esconde as aberturas do banheiro e da área de serviço da unidade menor – de 39 m² – para deixar a frente mais limpa, escondendo aberturas. Combinada à tela foram usados revestimento de massa texturizada padrão e cores que configuram o jogo de encaixe de caixas na volumetria da torre.

O projeto de interiores, assim como o de iluminação, ressalta elementos da arquitetura como volumes e empenas. Nos blocos dos elevadores e sanitários, a fórmica imita a madeira. O acabamento cimentício na área gourmet evidencia o volume da copa e adega. Paredes e pisos ganharam tons neutros de madeira e cimento. O uso combinado demarca eixos de circulação e separa ambientes.

As circulações dos pavimentos-tipo receberam um projeto de comunicação visual com paredes e pisos em tonalidades sóbrias e números em cores fortes, para indicar os andares.

Arquitetura e interiores

Os projetos de interiores e de arquitetura, também de autoria do Basiches Arquitetos Associados, misturam-se em busca da qualidade de espaços. Integrados na mesma linguagem, eles priorizam um design funcional, com poucos elementos. O arquiteto explica que, mesmo com a missão de alcançar um resultado impactante, não foram deixados de lado aspectos de custo e necessidades da construtora e do mercado. “Por isso realizamos diversas reuniões para equalizar todas estas questões”.

O projeto luminotécnico surge em função do layout do projeto de interiores. Sua função é valorizar os elementos da arquitetura. “Exemplo disso são as linhas de luminárias locadas para destacar os volumes revestidos em fórmica imitando madeira. Há, também, diferentes tipos de lâmpadas e luminárias usadas de acordo com a característica dos ambientes para se obter o melhor resultado estético e de eficiência”, finaliza Ricardo Basiches.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2011
  • Conclusão da obra: 2014
  • Área do terreno: 1.707 m²
  • Área construída: 11.554 m²

Ficha Técnica

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