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Sesc Jundiaí

Sesc Jundiaí
Cercado pelo Rio Jundiaí e o Jardim Botânico, com visão privilegiada dos pontos altos da cidade, o projeto do Sesc articula opostos: formas orgânicas e linhas retas e volumétricas. Imagens: CPA Foto
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Arquitetura cilíndrica se impõe no entorno

Texto: Gabrielle Victoriano

Ao planejarmos a cobertura do bloco horizontal, concebemos um terraço com jardins e marquises que funcionam como uma concorrida área de estar, lazer, exposições, ginásticas e jogos, votados para a paisagem do jardim botânico, da cidade e da Serra do Japi Christina de Castro Mello

O projeto arquitetônico do Centro de Lazer do SESCSP – Serviço Social do Comércio do Estado de São Paulo, na cidade interiorana de Jundiaí, teve sua obra concluída em 2015. Nos 20 mil metros quadrados, o escritório Teuba Arquitetura e Urbanismo traduziu espacialmente todo o programa voltado para os cidadãos em geral e, em particular, para os trabalhadores do comércio e serviços.

São atividades de lazer que integram diferentes manifestações culturais, como cultura, esportes, artes, leitura e a saúde. “Tudo isso sem hierarquias e barreiras”, acrescentam as arquitetas Christina de Castro Mello e Rita Alves Vaz. “Estamos diante de um programa inovador, multifacetado, democrático e provocador de reflexões”, complementam.

A construção resgata características da arquitetura moderna brasileira por meio da articulação de opostos. De um lado, a leveza, a transparência dos espaços sem segredos, a integração dos ambientes internos e externos. Do outro, caixas construídas incorporam elementos da arquitetura tradicional brasileira com suas varandas, chão de cacos de cerâmica e tetos de ripados de madeira. Juntos esses elementos desmancham qualquer noção que pudesse existir de uma arquitetura projetada apenas em ‘caixas’.

Topografia especial

Tendo em mãos um terreno com características especiais – longo e estreito – e o desafio de inserir a nova edificação na cidade, as arquitetas aproveitaram ao máximo a beleza do entorno: o Rio Jundiaí, o Jardim Botânico e a visão dos pontos altos da cidade, o Paço Municipal, o Centro Tradicional Urbano e a Serra do Japi – todas áreas de preservação de mata atlântica.

A construção está cercada pela copa das árvores da Serra do Japi Foto: Joana França

A inserção do edifício no terreno acontece com a criação de dois volumes, um horizontal longo e o outro em curva suave, que remete a um cilindro vertical e circunda parte do outro bloco. Na intercessão dos dois volumes há um grande vazio central, configurado como um lugar de encontro usado para múltiplos eventos vistos de vários pontos do edifício e com visuais para os ambientes da edificação.

Programa diversificado

No bloco horizontal, estacionamentos e serviços estão localizados na cota abaixo do pavimento térreo. Esta área possui amplas aberturas que possibilitam a inserção de jardins, além de iluminação e ventilação naturais. O térreo com grande hall de acesso tem à direita o teatro e respectivas áreas de apoio; à esquerda ficam os vestiários das piscinas, o setor médico, os ambientes técnicos e o acesso às áreas esportivas externas.

À frente do grande hall e no térreo do bloco vertical estão a biblioteca, a oficina de tecnologia da informação, o espaço de brincar, as áreas de ginástica e atividade física, os vestiários esportivos e a clínica de odontologia. O pavimento superior integra o térreo pelo vazio do grande hall e agrega espaços expositivos, de estar, alimentação, ginásio de múltiplo uso – esportes e espetáculos –, piscinas e espaços administrativos.

Eficiência acústica e térmica

O Sesc Jundiaí reúne características especiais como a inserção na paisagem com grandes aberturas feitas para contemplar as belas visuais; a entrada de muita iluminação natural que possibilita economia de energia, reúso de água e aquecimento solar; e ventilação permanente e cruzada, com circulação por efeito chaminé.

“Ao planejarmos a cobertura do bloco horizontal, concebemos um terraço com jardins e marquises que funcionam como uma concorrida área de estar, lazer, exposições, ginásticas e jogos, votados para a paisagem do jardim botânico, da cidade e da Serra do Japi”, declara Christina de Castro Mello.

Sobre as telhas foi executado um sistema amortecedor da chuva. Ele também complementa o isolamento térmico, feito de chapas cimentícias revestidas com cacos de cerâmica Rita Alves Vaz

No ginásio, a cobertura cilíndrica tem diâmetro de 44 m e é composta por telhas metálicas com isolantes acústicos e térmicos sobre estrutura também metálica. Tudo funciona de forma orquestrada. “As telhas encaminham a água pluvial para uma calha metálica circular com 1,10 metro de largura, que serve ao mesmo tempo como passarela para manutenção da cobertura. Sobre as telhas foi executado um sistema amortecedor da chuva. Ele também complementa o isolamento térmico, feito de chapas cimentícias revestidas com cacos de cerâmica”, explica Rita Alves Vaz. O resultado final, visualmente, é uma elipse em mosaico de tons azuis como se fosse uma lua acima da copa das árvores do Jardim Botânico.

Nesse contexto sustentável a ventilação cruzada oferece permanente renovação de ar natural sem necessidade de equipamentos e gastos com energia. Isso acontece porque as aberturas no pavimento térreo e superior – junto à cobertura – provocam a renovação do ar por efeito chaminé com saída do ar quente sempre ascendente.

No bloco horizontal, as circulações curvas e dos anéis avarandados do ginásio propiciam um novo olhar a cada nova exploração do ambiente. As esquadrias sustentam grandes panos de vidro estruturados por perfis de aço e junções de silicone. As arquitetas Christina de Castro Mello e Rita Alves Vaz ressaltam que este uso criou a transparência desejada, que possibilita a integração entre interior e exterior, além da garantia de maior iluminação natural e redução do uso de energia.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2008
  • Conclusão da obra: 2015
  • Área do terreno: 16.054 m²
  • Área construída: 19.752 m²

Ficha Técnica

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