A Casa Guararema está localizada na zona rural do município de Guararema. O lote, às margens do Rio Paraíba do Sul, possui 20.845 m², dos quais 15.000 m² são destinados à área de preservação permanente.
A edificação possui 60 m² e está implantada na parte mais alta do terreno. As principais aberturas se voltam para leste e oeste e permitem visualizar a mata nativa e a mata ciliar, o alvorecer e o entardecer, respectivamente. O vão central abriga a sala e a cozinha e se integra à área externa tornando-se um único espaço, uma grande varanda. Os blocos fechados, com aberturas mais moderadas, abrigam os quartos, banheiro, área de serviço e depósito.
A edificação reproduz uma tipologia de habitação rural chamada culata yovai, a qual se constitui em uma construção com dois blocos fechados contrapostos, com um espaço entre eles coberto e vazado. As áreas fechadas podem abrigar tanto os quartos como uma sala, um depósito ou, nas configurações mais recentes, a cozinha. O espaço central tem uma utilização variada e flexível, tanto para o trabalho como para o estar sendo local de encontro e de passagem, constituindo-se numa transição quer entre um “quarto” e outro, quer entre um lado e o outro das áreas externas.
O contexto e a escala da edificação favoreceram o uso do sistema construtivo em taipa para todas as paredes. Essas vedações são espessas, pesadas, maciças, de manufatura gradual e apresentam uma suave textura que revela cada camada assentada. A técnica é bastante antiga, mas foi executada com um método mais moderno. Para conferir uma maior durabilidade, foi utilizada a técnica conhecida como Terra Estabilizada Compactada - TEC (Stabilized Rammed Earth - SRE), na qual o cimento é adicionado à mistura original do solo para compensar possíveis danos causados pelo contato com a água.
As telhas e as vigas metálicas pousam sobre a construção e suas abas protegem as alvenarias externas do contato direto com a chuva. Os caixilhos encerram a vedação da casa e permitem que o abrigo se feche frente às intempéries ou se desdobre para o exterior, ocupando o terreno com estares efêmeros.
A natureza está por todos os lados! Os espaços abertos e integrados do bloco social recebem iluminação e ventilação naturais. Além disso, os arquitetos exploraram a ventilação cruzada, que possibilita a circulação do ar por todos os cômodos.
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