Para projetar o Terminal Rodoviário de Ribeirão Preto, implantado em um terreno na avenida Jerônimo Gonçalves, o escritório 23 SUL estudou a vizinhança e projetou na paisagem um edifício cuja leveza se destaca como se fosse um artefato, estabelecendo uma ótima relação com o entorno. Na construção permeável, a estrutura metálica é elegante, e a cobertura de 2,5 mil metros quadrados, fina e independente, fragmenta-se em quatro partes, nas quatro plataformas paralelas.
Para quem está fora, a sensação de leveza se acentua, pois o teto passa a impressão de ser apenas uma folha de papel Luís PompeoA cobertura avança livremente, sem fechamentos e sem criar uma volumetria. É, entretanto, capaz de proporcionar muita transparência para quem está dentro do terminal. “Para quem está fora, a sensação de leveza se acentua, pois o teto passa a impressão de ser apenas uma folha de papel”, analisa o arquiteto Luís Pompeo.
Pompeo explica que a maior preocupação era a inserção urbana da construção na paisagem. “Era preciso estar dentro do terminal e poder olhar o horizonte, sem barreiras. Ver o rio Ribeirão Preto e o skyline da cidade”.
Discreta, a construção parte da bem-sucedida ideia de neutralidade e proporciona aos usuários uma visão da cidade, mas em uma condição de conforto. Por outro lado, o projeto resguarda o programa existente no fundo do terminal – o lugar de estocagem dos ônibus.
Outra questão importante era como se comportaria o fluxo de pedestres nas imediações. Nas proximidades tem-se a Câmera dos Vereadores. De um lado está o Terminal de Ônibus Intermunicipal e, do outro lado, o Parque Municipal, recentemente inaugurado. “Construímos o edifício respeitando a paisagem, mas, ao mesmo tempo, com escala, porte. Longe de ser simplório a ponto de não se destacar, o partido se impõe na região”.
O terminal de 2,5 mil metros quadrados e o edifício de apoio com, aproximadamente, 300 metros quadrados irão atender cerca de 30 mil pessoas por dia, em quatro plataformas capazes de receber 18 ônibus simultaneamente. No programa foram dimensionados uma lanchonete fechada com ar condicionado; diversos sanitários masculino e feminino, e fraldário. Todo o sistema digitalizado fiscaliza a entrada e saída de veículos.
A arquitetura leve do Terminal Rodoviário de Ribeirão Preto recebeu materiais simples. “Investimos em uma superestrutura metálica, resolvendo todas as questões plásticas, sem depender de um detalhe, como um brise ou uma pele de vidro, de algo que poderia ser descartado futuramente, colocando todo o partido a perder”. Os componentes metálicos estão presentes nas colunas de apoio e telhas da cobertura que protegem a área de embarque/desembarque.
Construímos o edifício respeitando a paisagem, mas, ao mesmo tempo, com escala, porte. Longe de ser simplório a ponto de não se destacar, o partido se impõe na região Luís PompeoJá a travessia entre as plataformas exigiu um grande cuidado. Feita com uma lombofaixa, na qual se eleva a faixa de pedestres na altura da plataforma, ela é protegida por uma cobertura contínua de vidro. “O teto permite aos pedestres atravessar de uma plataforma a outra sem se molharem quando estiver chovendo. Com ela, cria-se também um foco de luz sobre a faixa durante o dia, facilitando ao motorista enxergar os usuários que querem atravessar. A solução evita acidentes e proporciona mais segurança a todo o projeto”, resume Pompeu.
Para segurar a leveza do partido existe um prédio de apoio localizado no fundo do terminal. “Trata-se de um edifício de concreto, no chão, responsável por oferecer estabilidade ao conjunto. Por trás da leveza sempre existe alguma coisa pesada segurando tudo”, ensina o arquiteto. As estruturas das diversas coberturas também são interconectadas por vigas, o que também torna o edifício mais estável.
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