Como na experiência do conjunto Somosaguas – inaugurado em 2017 –, o programa do Condomínio Valcotos é de um condomínio residencial privado, mas, em vez da ênfase no compartilhamento de espaços comuns a demanda foi pela subdivisão interna do terreno em propriedades autônomas, resguardadas entre si.
A equipe do studio mk27, que assina o projeto, explica que a particularidade de Valcotos é os terrenos serem grandes: mais de 6 mil² de área neste projeto. E o atrativo da região, destino para quem não deseja morar em apartamentos no centro urbano, são as escolas da área.
Um condomínio com 10 casas unifamiliares de 180 m² em um terreno com mais de 6.120 m² situado no centro de Madrid, na Espanha.
Uma rua interna corta o terreno ao meio e separa os dois conjuntos de casas. A rua, revestida em pedrisco branco, não delimita um espaço para o carro e para o pedestre, esse limite normalmente existente é diluído e cria-se uma sensação de um parque linear.
Da rua interna, é possível contemplar os muros de ripados de madeira dos dois lados e as projeções de volumes brancos, desalinhados entre si. Nos volumes, estão as áreas privativas de cada casa. A fim de manter a privacidade de cada residência, a fachada frontal é cega e a lateral (fachada dos quartos) possui uma pequena varanda protegida por uma parede de cobogó fixa.
As varandas estão direcionadas para o pátio central de cada casa e, neste pátio, cada residência possui uma piscina. Já no térreo, está a área social da casa. Grandes painéis de vidro se recolhem para criar uma integração total com o jardim. Fugindo da configuração habitual de condomínios fechados (concept valdemarín) cria de uma forma simples um jogo volumétrico e uma circulação interna simples que não hierarquiza o uso tanto de pedestre quanto de carros.
O paisagismo é de autoria de Isabel Duprat, dando-se continuidade à parceria iniciada no trabalho anterior do studio mk27 para o cliente espanhol, o condomínio Somosaguas. Além da área de lazer das residências, o seu projeto englobou o desenho da rua interna e das duas praças verdes da extremidade da via, que possuem dimensões razoáveis: 360 e 550 metros quadrados. O exíguo espaço disponível para as plantas, considerando-se as manobras dos veículos para o acesso às garagens, e a sua relativa obstrução pela sombra gerada pelos volumes brancos sobressalentes foram os desafios maiores do projeto.
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