O escritório brasileiro studio mk27 foi convidado a desenvolver um condomínio de casas na periferia de Madrid (Espanha). Batizado de Somosaguas, o projeto é uma saída “anti-crise”, que precisaria responder à demanda de moradia.
Com detalhes arquitetônicos pensados sob medida, o condomínio residencial utilizou produtos industrializados que estão disponíveis no mercado europeu.
Ocupando todo o quarteirão, o terreno conta com 8.461 m², sendo 5.100 m² de área construída e 4.100 m² de subsolo. A garagem no subterrâneo faz com que o térreo fique livre e seu uso seja destinado somente aos pedestres.
Ao todo são 21 casas, que estão organizadas em cinco platôs que eliminam o desnível topográfico de 3,5m. Todo o perímetro do quarteirão está no mesmo nível que a calçada ao redor. Os arquitetos desenharam quatro tamanhos de casas seguindo o módulo construtivo de 1,25m. A partir disso as outras 21 residências foram feitas com diferentes configurações. Portanto, cada casa é única.
O tamanho do lote e o número de moradores (97 ao todo) originaram uma densidade demográfica de 130 habitantes por hectare – número relevante, considerando que a densidade da cidade é de 54 habitantes por hectare, de acordo com o Portal del Ayuntamiento de Madrid.
Os arquitetos usaram materiais simples, industriais e monocromáticos, o que torna difícil diferenciar, visualmente, a unidade do conjunto. As fachadas foram feitas de miniwave – revestimento especialmente desenvolvido para ser utilizado em áreas externas, internas ou, ainda, como forro – e alvenaria pintada na cor branca, que contrasta com as cercas de madeira que ajudam a demarcar os espaços.
A implantação das casas foi feita de forma não linear, lembrando muito as antigas aldeias. As residências foram construídas sobre um jardim com um pátio privado para cada unidade, e os caminhos contam com uma transição harmônica entre o público e o privado.
O projeto de paisagismo é rico e abundante, permeando todo o terreno e se espalhando no lote de forma orgânica, rompendo o formato perpendicular dos volumes. No centro do condomínio está a praça principal, ao redor da piscina, que acabou se tornando um ponto de encontro entre os usuários.
Não há um muro externo, são as próprias casas que configuram o limite entre a rua e o condomínio, criando respiros e jardins mais generosos para as áreas públicas.
O projeto Somosaguas – que pretende estimular uma forma de vida em coletividade na cidade – foi feito de forma permeável, podendo ser replicado em qualquer lote urbano.
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