A edificação da Casa V4, realizada pelos arquitetos Marcio Kogan, Diana Radomysler e Renata Furlanetto, do studio mk27, dialoga com a dimensão do terreno, localizado no bairro dos Jardins, em São Paulo.
Seguindo o programa de necessidades do cliente e as particularidades do terreno, o escritório pôde desenvolver um projeto arquitetônico arrojado: uma casa urbana e térrea, que se relaciona de um modo bastante delicado com seu entorno. “Ao contrário das demais casas do bairro, a residência é térrea e quase desaparece quando vista da rua”, comenta Marcio Kogan.
O terreno da Casa V4 é divido por uma longa parede de madeira que delimita as áreas privadas e sociais da casa. Assim, de um lado ficam os quartos, os banheiros e a cozinha e, de outro, o jardim, o hall, a sala de jantar e a sala de estar, todos integrados.
Uma laje perpendicular à parede de madeira sombreia o espaço social da residência, que é banhado de luz natural indireta durante o dia. Este local recebeu duas fileiras de caixilhos de vidro, que podem ser completamente abertos ou fechados, dependendo da necessidade dos moradores. “Com isso, a sala tornou-se um abrigo da chuva e do sol, como uma grande varanda", menciona Kogan.
A cobertura da área social resultou em um grande deck, um espaço vazio que funciona como um solário. “O deck é um lugar para se aproveitar as luzes do pôr do sol entre o verde das copas das árvores, abundantes nessa região, mas tão raras na cidade”, comenta.
A entrada da Casa V4 possui um intervalo pontuado por um vazio. Dos dois lados há painéis de madeira com móveis coloniais da família e uma pintura do Brasil antigo. Na sequência está a sala de jantar, com uma mesa finíssima feita sob medida em madeira ipê.
Uma lareira de ferro fundido com desenho retrofuturista está pendurada no teto, fazendo marcação no ritmo espacial. A sala que se inicia a partir da lareira é composta de quatro poltronas transparentes de corda, peças leves que compõem perfeitamente com o jardim.
“Por último, está o ambiente mais sólido e aconchegante da Casa V4, a sala de estar, que conta com tapete, sofás aveludados coloridos e uma estante com biblioteca e equipamentos eletrônicos”, opina Kogan.
O lado considerado ‘cheio’ da casa é marcado pela cozinha, que serve tanto o espaço social quanto o íntimo e é desenhada por um balcão central e paredes de armários. Logo depois vêm os dois quartos e, por fim, o banheiro do quarto principal. “Esse espaço se abre para um pequeno jardim de inverno que qualifica o espaço. Trata-se de um espaço de permanência, com banheira da ágape e uma generosa bancada com espelho”, explica o arquiteto.
Considerado o coração da casa, o jardim pode ser acessado e contemplado de todos os pontos da residência, inclusive ao longo de toda a parede de madeira. A partir dele, pode-se também subir para o solário. Segundo o arquiteto, tanto o mobiliário quanto os materiais usados na construção da Casa V4 compõem harmonicamente com o frescor proporcionado pelo jardim.
Os arquitetos procuraram fazer escolhas conscientes, buscando proporcionar o máximo de conforto aos moradores. O piso feito de pedra bruta e o teto de concreto aparente são escuros e absorvem o excesso de luz.
A trama de madeira usada para separar os ambientes permite o controle da temperatura interna e, ao mesmo tempo, confere privacidade.
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