Logo Construmarket
Banner

Edifício Vertical Itaim

Edifício Vertical Itaim
Painéis de muxarabis abrem e fecham, renovando as fachadas e garantindo conforto térmico às moradias desse moderno prédio de apartamentos. Imagens: Pedro Vannucchi
Edifício Vertical Itaim
Edifício Vertical Itaim
Edifício Vertical Itaim
Edifício Vertical Itaim
Edifício Vertical Itaim
Edifício Vertical Itaim
Edifício Vertical Itaim
Edifício Vertical Itaim
Edifício Vertical Itaim
Edifício Vertical Itaim
Edifício Vertical Itaim
Edifício Vertical Itaim

Fachadas em movimento

Texto: Gabrielle Victoriano

A combinação entre simplicidade, espaços generosos e uma acurada composição de materiais caracteriza o Edifício Vertical Itaim, projeto do escritório studio mk27 – Marcio Kogan + Carolina Castroviejo. Com apenas 13 pavimentos e 10 apartamentos-tipo de 144 m² cada – um por andar – o prédio localizado no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, explora em sua fachada painéis perfurados de madeira e concreto armado aparente.

“A ideia é proporcionar máximo conforto térmico ao interior dos apartamentos. Para isso, os moradores podem regular a temperatura dos ambientes ao movimentar os painéis presentes nas fachadas norte e leste, proporcionando maior ou menor sombra, de acordo com a incidência do sol, sempre que necessário”, explica Marcio Kogan, autor do projeto.

A ideia é proporcionar máximo conforto térmico ao interior dos apartamentos. Os moradores podem regular a temperatura dos ambientes ao movimentar os painéis presentes nas fachadas norte e leste, proporcionando maior ou menor sombra, de acordo com a incidência do sol Marcio Kogan

Outro recurso explorado pelos arquitetos é o fato de os painéis serem perfurados, o que lembra os muxarabis árabes. Com padrão quadriculado e pequenos furos, elementos vazados permitem a entrada do vento, tornando o interior muito mais fresco e agradável.

Materiais funcionais

Com forte referência aos edifícios brutalistas, presentes na metrópole paulista do século 20, o concreto aparente é feito com fôrma de madeira ripada e compõe as fachadas sul e oeste. Este é um forte elemento que se destaca no sistema construtivo convencional escolhido. Presente nas grandes empenas, a textura desses painéis ripados oferece um belo e poético efeito quando iluminada pelo sol. Todas as fachadas do prédio valorizam os materiais empregados. Há ausência de pintura e a coloração é própria dos materiais aparentes.

Eficiência térmica

Para controlar a luz do sol e oferecer conforto térmico, muxarabis distribuem-se pela construção de acordo com a insolação existente. A implantação e planta do Edifício Vertical Itaim segue a melhor incidência de luz natural no interior dos apartamentos, por isso o uso de iluminação artificial no período diurno é dispensável. Os painéis com perfurações quadriculadas também deixam o ar entrar, tornando as residências sombreadas, ventiladas e naturalmente agradáveis.

Outro recurso explorado pelos arquitetos nos painéis é a mobilidade. Eles podem ser movimentados em diversas horas do dia e atendem aos diferentes usos e ocupações dos apartamentos. A consequência disso é a formação de vários desenhos, que surgem à medida que o sol se movimenta. Os efeitos da luz tornam as fachadas dinâmicas – uma verdadeira fachada viva. Já o interior do edifício ganha desenhos de sombras com efeito poético.

Design e implantação

O terreno de 620 m² teve o máximo de aproveitamento. “Foram 3.045 m² de área, distribuídos em um prédio de pequena escala, quando comparado às grandes edificações modernas. O resultado é uma relação amigável entre a cidade e seu entorno”, analisa Kogan.

De dia há iluminação natural em profusão. As luzes artificiais são utilizadas apenas à noite, reforçando a estética diferenciada do edifício Foto: Pedro Vannucchi

A configuração de cada um dos andares é versátil. A planta pode ser configurada como um loft aberto e moderno, mas também pode ser um apartamento tradicional, em um andar, com duas suítes. “O tamanho e as necessidades da família determinam a planta”, esclarece Carolina.

Foram 3.045 m² de área, distribuídos em um prédio de pequena escala, quando comparado às grandes edificações modernas. O resultado é uma relação amigável entre a cidade e seu entorno Marcio Kogan

Nesse modelo, apenas o núcleo de circulação vertical e serviços, próximo à lateral sudoeste do edifício, é fixo. A solução diminui a interferência de elevadores e da escada na planta livre.

Programa

São 13 andares, 10 apartamentos e o máximo de integração entre interior e exterior, proporcionada pelos grandes panos de vidro localizados nas salas, de cada unidade, voltadas para o leste. A sala dos apartamentos está posicionada longitudinalmente em relação à fachada.

“As grandes aberturas integram varandas de 3x3,70 m, que mais funcionam como uma extensão do estar. Elas são protegidas pelos brises de madeira, que deslizam de um lado para o outro, acompanham a fachada dos quartos, sombreiam os ambientes e garantem a privacidade”, descreve Marcio Kogan. O térreo, elevado sobre pilotis, mantém a forte ligação entre ambientes internos e externos por meio do jardim.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2011
  • Conclusão da obra: 2014
  • Área do terreno: 620 m²
  • Área construída: 3.045 m²

Ficha Técnica

Veja outros projetos relacionados