O objetivo principal do studio mk27 ao desenvolver o projeto arquitetônico da Casa P era acomodar o extenso programa em um terreno em declive, preservando, apesar dessa limitação, as melhores vistas da cidade de São Paulo, onde a residência está localizada.
“A estrutura de concreto e a consequente compatibilização dos projetos complementares foi um desafio para garantir o melhor funcionamento da casa e conferir o máximo de leveza ao espaço interno. A casa P é como um jogo de encaixe”, comenta o arquiteto Marcio Kogan.
A concepção do projeto começou pelo empilhamento do programa em três caixas programáticas distintas, de modo a organizar a setorização. Ao rotacionar os três volumes interligados por um eixo vertical comum, o escritório criou uma área coberta externa no térreo, a qual tem apoio de serviço para eventos. Atrás da parede estrutural que acomoda o forno a lenha e a bancada, surgiu um deck externo para o dormitório principal.
“São diferentes relações visuais entre os cheios e os vazios, entre as áreas privadas, semiprivadas e a vista para a cidade”, conta o arquiteto.
Na fachada, os arquitetos usaram vidro e painéis de madeira, o que torna as superfícies simples e uniformes e ajuda a trazer conforto, ao permitir controle da incidência solar, da iluminação e da privacidade visual.
O diferencial da Casa P fica por conta do aproveitamento da área livre do lote. A permeabilidade da sala de estar transforma esse espaço em um grande terraço solto num jardim. A possibilidade de muros baixos ao fundo, integrando o jardim às copas das árvores do parque presente no bairro, também é um destaque que tira partido da condição do lote, além da possibilidade de uma vista especial do último andar.
Os ambientes da residência sempre se integram ao espaço externo, especialmente no térreo, com a interligação da área social com o jardim.
Três andares abrigam o programa formado pelo jardim, terraço com lareira e churrasqueira, sala de televisão, sala de estar e jantar, lavabo, cozinha, quartos, escritório e sala da família. No subsolo, a casa P conta com garagem, lavanderia, quartos de serviço e sala de ginástica. O núcleo de circulação é composto por uma escada contínua engastada em uma empena estrutural. Esse bloco, que organiza a estrutura e distribui os fluxos, é o pivô ao redor do qual os volumes são rotacionados.
“Buscamos também empregar materiais naturais como madeira, concreto e aço cortén, trazendo aconchego ao espaço que ao mesmo tempo é conciso em elementos construtivos e de certa forma até rigoroso”, relata.
“A Casa P não tinha foco específico em sustentabilidade, mas o controle equilibrado da luz natural e a orientação solar adequada trouxeram eficiência energética. A casa tem um clima naturalmente agradável”, explica Kogan.
Utilizando luminárias decorativas ou luz embutida no mobiliário, a residência ganhou uma iluminação artificial acolhedora. Quanto à automação, ela está presente nos sistemas de iluminação, irrigação e demais equipamentos como filtros da piscina e aquecedores.
No projeto de paisagismo, o destaque fica para o esforço em relocar de forma delicada as árvores existentes. “A ligação visual com o parque do bairro também recebeu uma atenção especial. Árvores frutíferas atraem pássaros e vida para a Casa P”, finaliza.
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