A Casa da Rampa – assinada pelo escritório de arquitetura studio mk27 – tem 950 m² de área construída. No projeto arquitetônico, os ambientes internos e externos foram integrados, permitindo que os proprietários contemplem a natureza do entorno.
A residência recebeu esse nome devido à rampa instalada no térreo. Com mais de 25 m de comprimento, ela liga o primeiro pavimento, onde está a área social, ao primeiro andar, reservado à área íntima. “A rampa, além de conectar as áreas social e íntima, organiza o percurso arquitetônico interno e permite que cada espaço seja observado de diferentes perspectivas”, diz o arquiteto Marcio Kogan.
Três elementos predominam na construção: o concreto, os pilares e a madeira. O concreto aparente pode ser visto nas paredes laterais internas; os pilares foram espalhados por toda a casa, completando o sistema estrutural e viabilizando os grandes vãos (com até 9,7 m); e a madeira reveste a volumetria da casa – uma caixa – que compõe a fachada do projeto.
Um detalhe que chama atenção é o pano de fundo da rampa e da sala de estar, em concreto aparente. Ele proporciona ao ambiente um design austero e minimalista. A junção desse material com a madeira – que pode ser vista no forro – deixa o ambiente acolhedor, mas também moderno.
A fachada é revestida com painéis de madeira tipo “camarão” feitos com pequenos brises soleil com 2 cm de largura e 7 mm de espaçamento. Esses elementos permitem a entrada de iluminação e ventilação naturais, o que mantêm a residência termicamente agradável.
Toda a configuração da Casa da Rampa foi pensada para integrar os ambientes internos e externos. Por exemplo, quando os caixilhos de vidro estão abertos, a sala de estar conecta-se com o jardim. Os arquitetos também buscaram usar os mesmos materiais dentro e fora da casa, criando uma continuidade entre os cômodos.
Com 4 m de largura, a varanda está direcionada para o jardim externo. O espaço é totalmente aberto nas laterais e coberto, possibilitando a contemplação da natureza.
Sobre o móvel da sala de estar, há uma coleção de máscaras africanas. Como as peças estão misturadas com objetos cotidianos, não se tem a impressão de estar em um museu.
O escritório pensou cuidadosamente na decoração e no mobiliário. O móvel que abriga as máscaras, por exemplo, foi planejado para que seu vão fosse igual ao dos pilares. Os arquitetos também misturaram móveis novos e antigos, como cadeiras, poltronas e mesas assinadas por designers renomados como Joaquim Tenreiro, Sergio Rodrigues, Vladimir Kagan e George Nakashima.
As peças antigas determinaram o partido arquitetônico da residência, já que os proprietários pretendem, no futuro, transformar o lugar em uma fundação cultural.
“O projeto da Casa Rampa privilegiou a continuidade espacial entre interior e exterior, o uso preciso de materiais naturais e brutos e, sobretudo, a possiblidade de expor de forma delicada, a belíssima coleção de arte como verdadeiros elementos arquitetônicos”, finaliza Kogan.
Veja outras residências com belos jardins externos:
Casa em Correas, por Rodrigo Simão Arquitetura
Escritório
Termos mais buscados