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Studio Kaze Paulista

Studio Kaze Paulista
O Studio Kaze Hair, um salão de beleza com arquitetura do FGMF Arquitetos, superou a pequena metragem do estreito lote com planta organizada, átrio e o uso do vidro na fachada. Imagens: Fran Parente
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Metragem otimizada

Texto: Tais Mello

Após ser abandonado por 20 anos, o edifício precisou ser totalmente demolido e reconstruído. Só que a nova arquitetura seguiu de acordo com a ocupação do solo e dimensões aprovadas pela Câmara Municipal Fernando Forte

O edifício Studio Kaze Hair Paulista, projetado pelo FGMF Arquitetos, está localizado em São Paulo, no bairro da Bela Vista, e implantado em um terreno estreito, pequeno – com apenas 120 m² – e geminado de ambos os lados. Além das limitações do lote, os arquitetos Fernando Forte, Lourenço Gimenes e Rodrigo Marcondes Ferraz também foram instigados por uma série de condições que restringiam a liberdade arquitetônica e limitavam o número de soluções usadas na construção.

“Após ser abandonado por 20 anos, o edifício precisou ser totalmente demolido e reconstruído. Só que a nova arquitetura seguiu de acordo com a ocupação do solo e dimensões aprovadas pela Câmara Municipal”, explica Fernando Forte. A metragem exígua exigiu dos profissionais um programa simples e enxuto, mas com prioridades destacadas.

Por se tratar de um salão de beleza, o hall e o projeto de iluminação ganharam espaço e evidência através do imponente átrio com pé-direito de 13 metros e da fachada com painéis de vidro. “A importância deles está no fato de serem os únicos meios de entrada de luz e ar, uma vez que a volumetria do edifício, com empenas cegas, limita a existência de aberturas”, conta Rodrigo Marcondes. Ambos – átrio e fachada – compõem um sistema integrado que assegura a eficiência térmica e energética no interior, tanto no verão quanto no inverno.

Materiais e eficiência térmica

O projeto com laterais de empenas cegas também suscitou outra grande preocupação: como promover a relação do edifício com o seu entorno? Por ser um edifício comercial, não havia uma exigência neste quesito mas, por outro lado, ignorar a relação entre o edifício e a cidade era inadequado. E mais: pelo padrão seguido nos edifícios da rede Kaze, há prioridade na integração com o ambiente externo. A ideia foi incorporada à rede pelo seu fundador, Haruo Ishii, há quase uma década. A resposta a essa questão veio em conjunto com a solução para o conforto ambiental do prédio.

A frente gerou um contraponto às paredes estruturais pesadas. Durante o dia, há um total diálogo com o exterior; à noite, a situação se inverte: todo o edifício se ilumina e torna-se um farol que marca a rua e chama a atenção para sua curiosa forma. Quase como um farol no mar Rodrigo Marcondes Ferraz

A fachada de quatro andares com pele de vidro acabou não só favorecendo a entrada de luz e ventilação, mas a integração com a rua por meio da transparência do vidro. “A frente gerou um contraponto às paredes estruturais pesadas. Durante o dia, há um total diálogo com o exterior; à noite, a situação se inverte: todo o edifício se ilumina e torna-se um farol que marca a rua e chama a atenção para sua curiosa forma. Quase como um farol no mar”, reflete Marcondes.

Eficiência ambiental e energética

A fachada de vidro, orientada para o nordeste, em conjunto com o átrio central – que interliga todos os pisos –, representa um engenhoso dispositivo passivo de ventilação controlada e de temperatura. No verão, o brise horizontal protege a frente do sol mais forte, embora permita a entrada de luz suficiente para aquecer o átrio. Lourenço Gimenes explica que tudo funciona como se fosse uma grande lareira. “O ar quente do átrio expulsa o ar interno e o renova a partir do ar fresco do jardim, pleno de sombreamento, que resfria o ambiente de forma natural, por conta da evaporação e transpiração das plantas. Assim, a renovação do ar saturado reduz o uso de ar condicionado.”

Dois dispositivos adicionais ajudam a controlar o fluxo de ar, impedindo o superaquecimento: a janela na porta da frente, que pode ser aberta e permite a passagem do ar fresco; e a cobertura aberta, que possibilita drenar o ar quente rapidamente. No inverno, quando o sol está mais baixo, a fachada recebe maior incidência dos raios, aquecendo o interior. Com a cobertura fechada e a janela da frente aberta, o calor logo se propaga e aquece o ambiente, deixando-o confortável.

O ar quente do átrio expulsa o ar interno e o renova a partir do ar fresco do jardim, pleno de sombreamento, que resfria o ambiente de forma natural, por conta da evaporação e transpiração das plantas. Assim, a renovação do ar saturado reduz o uso de ar condicionado Lourenço Gimenes

A preocupação com a eficiência energética estende-se ao aquecimento de água, amplamente utilizado no salão de beleza. Para economizar energia, o Studio Kaze Hair Paulista dispõe de um sistema de aquecimento misto de painéis solares e aquecimento a gás, que oferece um desempenho melhor do que o gerado pelo tradicional sistema de energia elétrica.

Jardim interno organiza programa

Organizado em quatro pisos interligados por uma grande escada de metal na frente do prédio, o programa abriga no térreo a recepção e os vestiários, enquanto os dois últimos andares concentram a administração e a cozinha, que se abrem para um terraço na cobertura feito para os funcionários. No primeiro andar ficam as atividades de beleza do salão.

Os dois pisos de atendimento do Studio Kaze Hair são cortados por um jardim responsável pela divisão da planta e iluminação natural do espaço. No projeto do escritório FGMF Arquitetos, a área verde organiza os espaços fechados: banheiros, tintura de cabelo e depilação, além de contribuir para o conforto térmico e bem-estar do ambiente, uma vez que cria um espaço de estar e contemplação. No jardim, a decoração é complementada por um painel de azulejos hidráulicos projetado especialmente para o lugar e criado pelo artista Fabio Flaks.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2008
  • Conclusão da obra: 2009
  • Área do terreno: 120 m²
  • Área construída: 335 m²

Ficha Técnica

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