Comandado pelo chef Laurent Hervé, o Restaurante D'Autore tem uma arquitetura que reflete a contemporaneidade dos pratos oferecidos em seu cardápio. Localizada no bairro de Cambuí, em Campinas (SP), a casa – que reúne sofisticação e aconchego – teve seu projeto arquitetônico assinado pelo arquiteto Otto Felix.
Tudo foi feito de modo bastante artesanal e autoral. Um ponto interessante do projeto é essa mistura do ‘feito à mão’ com as linhas retas contemporâneas, que evidenciam bem a geometria Otto FelixA madeira sustentável é predominante em cada detalhe do espaço, que tem 424 m² de área e capacidade para 160 pessoas. O mobiliário – desenhado por Felix – e as paredes de cimento queimado e tijolos à vista expõem o conceito moderno do estabelecimento.
O Restaurante D’Autore foi implantando em um imóvel antigo, que precisou ser reformulado para abrigar o requintado estabelecimento. Como a legislação não permitia demolição, foi necessário adequar e preservar alguns pontos, como as paredes e a metragem do espaço.
Segundo Felix, as paredes foram mantidas, soltando os pilares e vigas suspensos em relação a elas, formando duas estruturas dentro de uma. “Essa é uma técnica arquitetônica bem sofisticada e difícil de ser executada, porque você constrói sem tocar nas paredes já existentes”, revela. “Apesar do programa simples, pilares de vigas de madeira são difíceis de serem executados”, completa.
Usar a madeira como material predominante foi uma decisão tomada em conjunto com o cliente. A opção foi pela exótica Pequiá, original do Estado do Pará, que tem o interior consumido pelos cupins da floresta e, quando tratada, tem os traços conservados, deixando todas as vigas aparentes.
Os tijolos usados no revestimento das paredes foram tratados individualmente, cortados e picotados um por um, mantendo-se o rejunte. O arquiteto lembra de todo o cuidado tomado durante o manuseio das peças, desde a montagem até a estrutura. “Tudo foi feito de modo bastante artesanal e autoral. Um ponto interessante do projeto é essa mistura do ‘feito à mão’ com as linhas retas contemporâneas, que evidenciam bem a geometria”.
Além da madeira e do tijolo, outros materiais foram usados na reforma. O teto do salão e da cozinha é todo em gesso e o piso da varanda externa é de ladrilho hidráulico em três tonalidades diferentes: branco, cinza e preto.
Todos os fechamentos são de vidro, o que confere transparência à fachada. “Quem passa pela calçada do D’Autore percebe toda a circulação interna, o salão de entrada, a escada de acesso vertical – que leva para a cozinha e os vestiários –, o salão superior e o corredor”, explica Felix.
Dentro do salão tem um ar-condicionado central com duto aparente, mas também manteve-se a possibilidade de abrir as portas da varanda e deixar a circulação de ar livre para os clientes.
O projeto de iluminação é de dois tipos, indireto e direto. De acordo com Feliz, a iluminação indireta está dentro da sanca de gesso, uma grelha quadriculada de estrutura aparente que deixa os pilares evidentes e as vigas demarcando todo o salão. Quando a indireta acende, ilumina a viga e toda a estrutura do edifício. “Essa iluminação é mais usada durante o dia, já que não precisa de muita luz. Para a noite tem os trilhos com os spots, algo mais focal que ilumina o salão”, conclui.
Todo o mobiliário e itens de decoração são assinados pelo arquiteto Otto Felix, dos pés da mesa às as garrafas, quadros, obras de arte.
Ao entrar no Restaurante D’Autore, o cliente é recebido por uma adega que fica dentro de dois pilares. Feita exclusivamente para a casa, ela deixa o ambiente mais descontraído e elegante.
Objetos de arte sobressaem-se no ambiente e dão um charme especial ao projeto, como os feitos pela ceramista Cecilia Akemi. O quadro “O Grande Olho – Série Pavão”, da artista plástica Lara Matana, também chama a atenção dos clientes.
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