Avistado de longe, o Park Tower parece ser revestido por folhas de papel translúcidas, de tão leve que é a fachada. Com design arrojado, o projeto arquitetônico foi desenvolvido pelo escritório Studio Farris Architects para ser um ponto de referência na cidade de Antuérpia, situada na Bélgica.
O principal objetivo do projeto era maximizar a flexibilidade, tornando o prédio sustentável e capaz de abrigar diferentes usos. Atualmente, a edificação dispõe de espaços comerciais – alojados no piso térreo – e 360 unidades de habitação torre acima. Estas, por sua vez, estão disponíveis em diversos tamanhos e layouts. Por conta disso, o arquiteto Giuseppe Farris, fundador do escritório, afirma que o edifício atende às necessidades de uma diversidade de moradores – idosos, estudantes, jovens casais e famílias inteiras.
Quanto ao conceito da proposta arquitetônica, o intuito era estabelecer a conexão do edifício com o exterior, diferentemente do que costuma ser adotado nessa natureza de tipologia. Muitas vezes, ela surge blindada e introspectiva pela necessidade de proteger os usuários de ventos fortes e da incidência solar excessiva. “Ao caminhar por um bairro repleto de arranha-céus, não é tão frequente observar elementos de escala humana na fachada”, diz Farris. Em outras palavras: as construções precisam se abrir, para que as pessoas também participem da composição.
O Park Tower foi concluído em novembro de 2014 e está situado em uma região única, a uma curta distância do novo Museu MAS, do centro histórico e à beira do rio Scheldt. Além disso, o edifício fica próximo de importantes rodovias de acesso a Antuérpia, por isso, é um agradável cartão de boas-vindas aos visitantes da cidade.
Com uma altura calculada em 78 metros, a torre de uso misto é considerada um dos edifícios mais altos do município e, portanto, desempenha um papel relevante na redefinição do plano urbanístico. A fachada branca transforma a torre em um ponto de referência. “Por esse motivo, destaca-se como um marco para a região”, ressalta Farris.
Todo o corpo do empreendimento é revestido com painéis sanduíche isolados e uma segunda camada de vidro que, instalada nos terraços em planos aleatórios, configura diversos vazios. A partir deles, cria-se uma brincadeira de luz e sombra, possibilitando a entrada de ventilação natural. “Essa pele cria uma zona de conforto, que incentiva os moradores a saírem e utilizarem os seus terraços. Dessa forma, a fachada se tornou uma espécie de teatro, que expõe a vida e torna o edifício extrovertido”, finaliza Giuseppe Farris.
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