A Casa DS – desenhada originalmente em 1980 pelo arquiteto ítalo-brasileiro Ugo di Pace – é marcada pela harmonia de colunas cilíndricas em concreto e volume robusto. Visando preservar a estética arquitetônica de décadas, mas trazendo toques modernistas e contemporâneos, a moradora convidou o arquiteto brasileiro Arthur Casas para reformar seu lar.
O objetivo era alcançar maior praticidade e integração entre os ambientes, além de reformular as aberturas para captar uma maior quantidade de iluminação natural no interior. Localizada em São Paulo, a residência ocupa praticamente todo o lote, estreito e profundo, de 580 m².
Uma das premissas para a reforma da Casa DS foi a mudança no estilo de vida dos moradores. Com os filhos já crescidos, o lar se tornou somente do casal, que gosta muito de receber os amigos, por isso, era importante redesenhar e criar maior fluidez entre as áreas sociais. “Com pequenos detalhes geramos fluidez entre os ambientes e ampliamos as aberturas para que trouxessem a iluminação e a vista dos jardins para dentro da residência”, comenta o arquiteto.
O programa foi organizado em 750 m². A entrada principal é feita por um corredor lateral que recebe os proprietários e seus convidados com um belo jardim vertical que permeia toda a extensão do terreno. No final desse caminho inicia-se a piscina, que foi ampliada para se transformar numa raia de 20 metros, dando a impressão de continuidade entre os espaços, além de gerar uma abertura zenital circular em frente à porta de entrada.
Dentro da casa uma grande peça em marcenaria, que parece flutuar de forma escultural, organiza e distribui os acessos às salas de estar e jantar, cozinha e copa. O térreo setoriza os ambientes em dois blocos, um do lado da rua e o outro na parte posterior do lote. No primeiro volume estão garagem, cozinha e áreas de serviço, e as salas de estar e jantar e deck – todos integrados – são voltados para os fundos.
No fundo foi construída uma edícula para proteger o espaço gourmet, contínuo ao deck da piscina em travertino. “Um banco se prolonga por toda a borda lateral dentro da água da piscina com iluminação embutida. Na sala de estar há uma grande coluna cilíndrica que abriga a lareira. A escura escada em madeira cumaru foi preservada e contrasta com os tons claros”, conta Casas
Um espaço contínuo ao pé-direito duplo do estar forma o segundo andar, onde foi construído o home theater, que ganhou uma coleção de fotos de Sebastião Salgado, um célebre fotógrafo brasileiro. Ainda nesse pavimento, encontra-se o espaço fitness, que serve de acesso à suíte máster do casal – com dois closets e dois banheiros. Por funcionar como um corredor, o espaço recebeu uma claraboia para iluminar a circulação dos moradores pelo local durante o dia, e um barrisol para guiar durante a noite.
O quarto dos hóspedes foi totalmente reformado e se abre para um pequeno pátio interno. Para os espaços enclausurados ganharem iluminação natural, foram usados tubos solares espelhados.
A volumetria da Casa DS se caracterizava de forma robusta devido às colunas cilíndricas em concreto nas fachadas – frontal e dos fundos. Com a reforma, o exterior da residência foi retrabalhado em duas seções horizontais, com as aberturas ampliadas no térreo e um envelope em muxarabi de madeira pinus que envolve todo o térreo.
Os cilindros são atingidos pelos painéis e criam desenhos de ondas, trazendo leveza ao conjunto, em composição com a estrutura preexistente. Os materiais utilizados foram mármore travertino (térreo) e carvalho americano branco tingido (aplicado no piso das áreas íntimas e marcenarias).
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