O generoso terreno deixou margens para o arquiteto Arthur Casas planejar esta bucólica, mas moderna, casa de campo com um partido horizontal, em formato de ‘L’. Na união de dois longos blocos retangulares, os espaços fluem, e a entrada acontece exatamente no ponto convergente entre os volumes. O pé-direito da residência é baixo, pois reforça a transição do olhar para o exterior, que chama a atenção pelo belo horizonte. Apenas a sala exibe um pé-direito mais alto, justificado pelo nível levemente abaixo dos outros ambientes.
O refúgio fica a, aproximadamente, uma hora de São Paulo, em Itu, e aconchega um jovem casal com filhos. Às margens de um pequeno lago, a Casa Itu também desfruta da presença de um antigo ipê amarelo. “A árvore frondosa preservada mescla-se de maneira única à arquitetura da casa. Esse foi um dos motivos que nos levou a criar uma residência tirando o maior partido possível da paisagem”, confessa Arthur Casas. Para valorizar ainda mais a exuberante natureza que a envolve, o paisagista Luiz Carlos Orsini faz parte do projeto.
Mesmo sendo um grande volume com 950 metros quadrados, a morada tem o seu design discretamente inserido na paisagem. “Revestimos a construção externamente com materiais naturais, em sintonia com a natureza. A madeira utilizada no acabamento é a cumaru, e a tinta foi produzida com a própria terra do local, garantindo uma inserção sutil no terreno”, explica Casas. Além disso, a horizontalidade reforça a linha das copas das árvores preservadas em seu entorno.
Na arquitetura da sala de estar, a presença da natureza também é marcante. Nela, um tronco de árvore reveste a única coluna existente de maneira inédita, dominando o espaço totalmente aberto para o jardim. Tanta integração só é possível porque os caixilhos deslizam e se escondem dentro das paredes. “Neste momento, a sala transforma-se em um grande terraço, deixando a paisagem entrar na casa.”
Sob a pérgola em balanço, outro terraço com toldo retrátil e contíguo ao primeiro chama a atenção. Ele estende o território da morada e permite admirar o céu sob o teto aberto. Na lateral da construção, o deque de madeira leva à piscina com uma raia de natação. Em uma das margens – como se fosse uma prainha, – grandes pedras penetram a piscina e, mais uma vez, reforçam o conceito do projeto contemporâneo de Arthur Casas: a integração máxima entre arquitetura e paisagismo.
Outro ponto forte da arquitetura nesta construção é a forma como o programa foi pensado e dividido, com separações de usos bem demarcadas e simples, além de diversas possibilidades de circulação. Alinhada ao antigo ipê-amarelo, uma escada externa permite transitar entre o térreo e o primeiro pavimento. Arthur Casas explica que essa variedade de percursos internos e externos é uma das características mais marcantes dessa casa.
A árvore frondosa preservada mescla-se de maneira única à arquitetura da casa. Esse foi um dos motivos que nos levou a criar uma residência tirando o maior partido possível da paisagem Arthur CasasCom uma planta simples, em “L”, a residência é dividida em volume principal e secundário. Encontram-se no térreo o quarto dos filhos, um pátio interno contínuo ao home theater – originando uma sala de estar íntima –, e uma grande sala de estar aberta para o terraço e o jardim. Integrados, os ambientes estão livres de fronteiras entre o interior e o exterior. O pavimento superior possui volumes menores e soltos e acomoda a suíte máster, academia, terraços e jardins.
No volume secundário, sala de jantar, cozinha e áreas de serviço estão localizados no térreo. O primeiro andar é todo reservado aos quartos dos hóspedes.
Materiais naturais como a pedra e a madeira não estão presentes apenas no exterior. Na arquitetura de interiores, a pedra reveste todo o piso da sala de jantar e terraço até chegar ao jardim, mesclando-se pouco a pouco a outros pisos. O forro de madeira cumaru em conjunto com o piso frio de pedra reforçam o aspecto natural da decoração e trazem a sensação de conforto e acolhimento aos moradores.
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