Quando o escritório de arquitetura Studio Bonilha foi convidado para desenhar a Casa C/R, que fica em um condomínio fechado de Mogi das Cruzes (SP), recebeu dos proprietários total liberdade para a criação – do escopo ao projeto de interiores. Os pedidos eram simples: uma casa ampla, com ambientes integrados e funcionais na medida certa para atender ao cotidiano agitado do casal com dois filhos.
A resposta veio com um projeto arquitetônico com blocos distintos que separam a ala íntima da área social (com espaço de lazer que inclui sauna, piscina e área gourmet) e preservam a privacidade da família quando há convidados na casa. “Procuramos projetar o belo sem abrir mão da funcionalidade e do conforto, pois acreditamos que os espaços devem ser criados para ser contemplados e, acima de tudo, desfrutados”, comenta Alex Bonilha, sócio fundador do escritório.
As linhas retas prevalecem, valorizando as formas puras e a simplicidade visual. Além disso, os volumes arquitetônicos dão movimento à fachada e proporcionam uma estética arrojada e contemporânea. Outro ponto alto do projeto é a imponente porta de madeira cumaru com bandeira de vidro transparente, com 5,5 metros de altura, colocada na entrada.
Procuramos projetar o belo sem abrir mão da funcionalidade e do conforto, pois acreditamos que os espaços devem ser criados para ser contemplados e, acima de tudo, desfrutados Alex BonilhaA Casa CR tem três pavimentos. O térreo abriga a área social (living, sala de jantar, cozinha, home theater e espaço gourmet integrado à piscina). No andar superior, ficam as quatro suítes, todas com closet, e um escritório.
O destaque fica no subsolo que, além de acomodar a garagem, recebe um “pub” de 180 m² no melhor estilo londrino, com mesas de carteado, de sinuca e um bar completo. Entre os objetos, a protagonista é uma cervejeira retrô da Budweiser comprada na Alemanha. Nesse ambiente especial, a iluminação ganhou prioridade. "Tiramos partido de soluções como a membrana retro iluminada nos nichos de bebidas valorizando tudo o que é exposto e modernizando o espaço. Além disso, o globo giratório deixa o ambiente boêmio alegre e descontraído”, explica Bonilha.
Mahely Oliveira, designer de interiores do Studio Bonilha, foi a responsável pela decoração da residência. A pedido do casal, ela optou por um design limpo, atemporal e aconchegante, com cores claras e neutras e texturas naturais como a da madeira freijó usada na mobília, o linho dos estofados e as pedras de mármore travertino bruto.
O living, com pé-direito duplo, ganhou uma lareira ecológica abastecida com biofluido e revestida de mármore. A poltrona “senhor” de madeira maciça e cintas de couro, assinada pelo designer Bernardo Figueiredo, e a mesinha de apoio “soldadinho de chumbo”, da designer Rejane Carvalho, reforçam a composição do ambiente.
Pelo elevador interno chega-se ao escritório e às quatro suítes – cada uma decorada de acordo com a personalidade do dono. Vale ressaltar o dormitório do adolescente, que foi inspirado na tecnologia. Assim, o mobiliário nas cores azul, preto e vermelho reproduz um circuito eletrônico.
A área gourmet é agraciada com uma mesa feita com toras de madeira e paredes revestidas com ladrilho hidráulico. A piscina é integrada a esse ambiente quando a porta de correr de vidro está aberta.
A casa está localizada em um local onde o verão é bem quente, por isso os arquitetos se preocuparam com a ventilação natural na área interna. A solução foi posicionar as janelas e aberturas em locais estratégicos possibilitando a ventilação cruzada. Além disso, o pé-direito da área social permite melhor circulação do ar, o que torna os ambientes mais frescos.
Já quando se trata de eficiência energética, o projeto luminotécnico minucioso teve total importância, explorando lâmpadas e luminárias eficientes, luz natural e setorização da iluminação artificial. As lâmpadas LED foram priorizadas, pois oferecem inúmeros benefícios, como baixíssimo consumo, iluminância, alta, boa durabilidade e consumo até dez vezes menor do que o de uma lâmpada convencional.
O projeto arquitetônico também permite a entrada de iluminação natural abundante através dos panos de vidro aplicados na área social, onde a família passa a maior parte do dia, diminuindo, assim, a necessidade da iluminação artificial.
Outro destaque do projeto luminotécnico foi o conceito “iluminação de tarefa”, que racionaliza a utilização da luz artificial. Os circuitos para iluminação global dos ambientes também foram projetados com acionamento independente.
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