Com projeto arquitetônico desenvolvido a partir da parceria entre os escritórios Piratininga Arquitetos Associados e VD Arquitetura, o prédio do Laboratório de Bionanomanufatura possui estruturas independentes, inclusive em suas fundações. Ele está localizado no campus do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e abrange quatro áreas estratégicas de pesquisa: biotecnologia, tecnologia de partículas, nanomanufatura de equipamentos e metrologia de alta precisão.
Com área construída de 8.479 m2 , a edificação concentra, ainda, áreas de trabalho, espaços de pesquisa e reunião, administração e ambientes de encontro e integração.
Renata Semin, arquiteta e sócia do escritório Piratininga, explica que os idealizadores do Laboratório de Bionanomanufatura queriam um empreendimento que garantisse a segurança dos funcionários envolvidos com a pesquisa cientifica, bem como a separação das diferentes atividades, como laboratórios, escritórios e auditórios.
Implantada paralelamente à principal via interna do campus, a estrutura pré-fabricada em concreto fica sobre um terreno com pequeno declive, onde se percebem duas diferentes cotas de implantação.
Um edifício com três pavimentos foi inserido na cota mais baixa, onde ficam os laboratórios e as instalações necessárias para seu funcionamento, a recepção de equipamentos e suprimentos e um pátio de carga e descarga. Já na parte mais alta está o térreo, onde fica o plano intermediário das oficinas e áreas de recepção, reunião e integração, junto ao espaço do café, que se assemelha a uma praça externa.
O auditório do Laboratório de Bionanomanufatura fica no centro do acesso, e a seção administrativa fica no setor superior. O volume construído levemente enterrado destaca sua função diferenciada em relação ao restante do programa.
“A separação estrutural foi necessária para evitar a transferência de vibração produzida pelos equipamentos das áreas técnicas ao corpo principal do prédio, de forma a preservar a regulagem dos equipamentos de bionanomanufatura”, expõe Semin.
Com grandes vãos e arquitetura robusta, a estrutura principal abriga os laboratórios e o programa de trabalho; a secundária, com sua grande capacidade de carga e vãos menores, acomoda todos os equipamentos e maquinários.
O projeto do Laboratório de Bionanomanufatura previu a utilização de sistemas de vedação diferenciados. Nas áreas técnicas, as fachadas são de painéis pré-fabricados de concreto, que estruturam a grande empena cega que se apreende a partir da via de acesso.
De acordo com a arquiteta, a empena favorece também o conforto térmico do edifício ao bloquear a face norte e reduzir de forma considerável a carga térmica produzida por esta insolação. O trecho da cobertura correspondente foi executado em laje de concreto, impermeabilizada e também com grande capacidade de carga, já que está apta a receber condensadores e compressores que se localizam na cobertura”, completa.
O corpo principal é envolvido por um sistema de esquadrias com vidro especial, que filtra a luz e a radiação solar. Desse lado do projeto é possível ter uma bela vista para o lado sul, que oferece aos laboratórios transparência e paisagem. A cobertura foi desenvolvida em um único vão de treliças metálicas, recobertas por telhas termoacústicas, o que propiciou ao último pavimento uma ocupação em grande vão, sem um único pilar.
No projeto do Laboratório de Bionanomanufatura, o trabalho dos arquitetos visou a alcançar qualidade arquitetônica, rigor construtivo e economia de recursos. Um dos diferenciais é a continuidade visual entre os espaços interno e os externos, por meio da utilização de vidros na compartimentação dos laboratórios.
O projeto de interiores foi dividido da seguinte maneira: na ala leste ficam os laboratórios; na ala oeste, as salas de trabalho e reunião, que oportunamente fazem limite com um bosque de árvores de grande porte, que funciona como estratégia natural para o sombreamento da fachada, auxiliando no conforto térmico; e, ao centro, fica o foyer, espaço expositivo e auditório.
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