Resultado de uma prática que combina estudos acadêmicos e conhecimentos profundos sobre sistemas construtivos, os projetos desenvolvidos pelo spbr têm como característica a busca pela diferenciação por meio da qualidade do desenho. Isso fica evidente no Edifício Float, na zona sul da capital paulista. Implantado em um lote de 850 m², com 20 m de frente, o empreendimento é composto por uma torre única de 14 andares que abriga 29 unidades e múltiplas opções de metragens.
O trabalho teve início em 2013, período marcado por dificuldades do mercado imobiliário e por paralisações de projetos. “Por conta da crise, o tempo de proposição, geralmente tão frenético, foi dilatado, oferecendo mais campo para o diálogo e maior receptividade para aquilo que escapa às fórmulas batidas do mercado”, comentou o arquiteto Angelo Bucci.
Assim criou-se uma atmosfera de experimentação sob a qual foi possível desenvolver dezoito versões de estudos preliminares. O resultado deste esforço foi um design que, além das linhas contemporâneas e das referências modernistas, trouxe uma série de inovações para inspirar novas experiências de viver.
Entre as propostas inesperadas destaca-se o arranjo dos apartamentos nos andares, sem qualquer parede divisória entre eles. A disposição criativa, assim como a especificação de caixilhos piso-teto, foi definida com foco no melhor aproveitamento da paisagem e da iluminação natural pelos usuários, visando eficiência energética e conforto térmico.
A conexão entre os apartamentos se dá pelo core do edifício que foge à rigidez convencional e surpreende pela grande proporção de vazio. A solução conferiu ao núcleo um quê de varanda e não sacrificou potencial construtivo. Pelo contrário, aliviou a área construída em cada nível para que o prédio pudesse ganhar altura, equilibrando melhor a massa do edifício com o entorno.
O projeto traz, ainda, outra solução pouco convencional: a combinação de lajes planas e paredes estruturais em concreto armado para criar ambientes internos com mínima compartimentação.
A adoção de uma paleta de materiais minimalista, composta essencialmente por concreto aparente e vidro, se alinha com o princípio arquitetônico mais centrado na elegância do desenho e na qualidade construtiva, do que em ornamentos e revestimentos extravagantes.
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