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Casa e salão de cabeleireiros em Orlândia

Casa e salão de cabeleireiros em Orlândia
Salão de cabeleireiros e residência dividem o mesmo lote e prédio integrados visualmente, mas com programas totalmente diferenciados e independentes. Imagens: Nelson Kon
Casa e salão de cabeleireiros em Orlândia
Casa e salão de cabeleireiros em Orlândia
Casa e salão de cabeleireiros em Orlândia
Casa e salão de cabeleireiros em Orlândia
Casa e salão de cabeleireiros em Orlândia
Casa e salão de cabeleireiros em Orlândia
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Casa e salão de cabeleireiros em Orlândia
Casa e salão de cabeleireiros em Orlândia
Casa e salão de cabeleireiros em Orlândia

Dois usos, uma só arquitetura

Texto: Gabrielle Victoriano

Em sua cidade Natal, Orlândia, em São Paulo, o arquiteto Angelo Bucci, do spbr arquitetos, criou um projeto com formas livres e conceito inusitado. Desde a concepção, a obra deveria propor o equilíbrio entre duas atividades: viver e trabalhar no mesmo local. “Acomodamos residência e salão de cabeleireiros em um pequeno prédio, mas preservando a independência programática. Também era imprescindível obter a integração completa entre os dois programas. Eles não poderiam parecer separados, como se fossem uma casa com um estúdio anexado, ou um estúdio com uma casa adicionada”, explica Angelo.

Acomodamos residência e salão de cabeleireiros em um pequeno prédio, preservando a independência programática. Também era imprescindível obter a integração completa entre os dois programas Angelo Bucci

Com essas ressalvas, os dois espaços correspondentes foram moldados como duas tipologias arquitetônicas bastante claras e capazes de conviver sem conflitos. A questão da privacidade também era superimportante, adverte o arquiteto. “Se a residência estivesse vazia, o estúdio não deveria ser perturbado. Por outro lado, a rotina familiar também teria de ser preservada do movimento inerente ao salão”. A solução propôs o tradicional modelo de loja e sobreloja, com casa em cima e salão de cabeleireiros embaixo, no térreo.

Design foge do lugar-comum

Ao desenvolver o projeto, Angelo Bucci enfrentou o desafio de redesenhar uma tipologia mista sem as soluções usuais, geralmente caracterizadas pelo espaço comercial bem marcado visualmente, com materiais, plantas e acessos diferentes do residencial. Para isso ele apostou em um partido modernista, influenciado pela talentosa geração de arquitetos brasileiros da segunda metade do século 20 – Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha.

A fachada simples reflete as diferentes lajes de cobertura do salão e do piso da casa, resultando em uma fenda, um descolamento. Os rasgos na laje deixam a luz natural entrar em vários lugares, como próximo às penteadeiras. Pilares metálicos e esbeltos apoiam a laje do salão, já a do piso da residência está atirantada e estruturada nas empenas laterais de concreto armado, em uma viga invertida.

O lote foi delimitado por uma empena de concreto armado no primeiro pavimento, com duas paredes inclinadas com fechamento de vidros serigrafados. Este volume sombreia o térreo, livre, e leva aos acessos feitos por duas rampas. A primeira, grande e exposta, desce e leva ao salão; a segunda, escondida, sobe para a residência. Assim, os blocos ocupam lados diversos da composição. Vidro e concreto são os principais materiais utilizados. “Concisos, eles se adaptam perfeitamente ao programa, sendo também uma estratégia para manter os custos sob controle”, revela o arquiteto Angelo Bucci.

Salão rebaixado

Cozinha e área de serviço têm o papel de conectar os quartos e a sala de estar Foto: Nelson Kon

Com volume irregular e semienterrado, o salão tem uma generosa área central utilizada para o corte e a lavagem dos cabelos, enquanto as áreas de apoio ocupam o perímetro. A luz natural chega pelo fundo do lote com fachada transparente, onde existe um jardim vertical projetado pelo paisagista Raul Pereira.

Todos os móveis de compensado naval – madeira superresistente à água – com acabamento em fórmica na cor branca e puxadores de portas, ferragens e gradis levam o design do spbr. “São bancadas, gaveteiros utilizados na organização dos equipamentos e espelhos sob medida para o projeto”, contam os arquitetos, que também auxiliaram na escolha de cadeiras e volantes metálicos.

Residência em piso único

Se a residência estivesse vazia, o estúdio não deveria ser perturbado. Por outro lado, a rotina familiar também teria de ser preservada do movimento inerente ao salão Angelo Bucci

Embora pareçam totalmente integrados, entre os dois programas há um espaço vazio cuja função é deixar clara a independência dos usos. Em um piso único, a morada tem os dois quartos situados na parte frontal e a sala de estar nos fundos. Cozinha e área de serviço conectam esses ambientes.

Com lajes recortadas, as reentrâncias definem três volumes soltos em torno do jardim aquático. O primeiro, envidraçado, tem escadarias e acomoda a sala. O segundo, de vidro serigrafado, flutua sobre o vazio central e abriga cozinha e serviços. E o terceiro, com empena de concreto, oferece privacidade aos dormitórios.

Um átrio no interior e o uso da laje do telhado como um espelho d'água são agradáveis surpresas reservadas pela casa. O espelho contribui para o conforto térmico, multiplica a luz no pátio e ainda funciona como isolamento térmico para o salão, por causa da impermeabilidade da laje de betão, livre de qualquer membrana.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2008
  • Conclusão da obra: 2012
  • Área do terreno: 290 m²
  • Área construída: 382 m²

Ficha Técnica

Fornecedores desta obra

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