Em meio à intensidade urbana, aquela rua sem saída, permeada por vegetações e desconectada do tráfego, torna-se inevitavelmente o cenário ideal para abrigar o spa. Um partido que, em sua minuciosa concepção, compreende espaços setorizados e adaptados à insolação e aos ventos predominantes da região.
“Elaboramos um fluxograma que distribui adequadamente cada ambiente, para aproveitar a potencialidade dos espaços, uma vez que o objetivo é sensibilizar o conforto e o aconchego dos usuários. Para tanto, ocorreram visitas in loco para o levantamento de dados do terreno, além de pesquisas efetuadas em clínicas de estética e spas existentes. O objetivo é conhecer as carências do empreendimento e identificar o que poderia ser melhorado para atingir os anseios do projeto”, destaca a arquiteta Deborah Iachinski.
A plenitude da edificação é toda em estrutura metálica, um material que possibilita leveza à fachada, além de facilidade para a execução do balanço de três metros. A configuração contemporânea surpreende pelas curvas, muito em função do uso de varandas e platibandas.
Como bem define a profissional, “do ponto de vista arquitetônico, o programa impacta positivamente ao trazer um design comercial diferenciado à cidade. Trata-se de um conjunto orgânico, leve e com movimento. Isso também remete às formas da natureza. No fim, a sensação transmitida é de bem-estar”.
Observa-se, ainda, grandes aberturas de vidro nas fachadas, o que permite a entrada de luz natural nos ambientes e a integração com o meio externo, muito valorizado pelos jardins, que aproximam os usuários da natureza.
O uso estratégico de brises verticais concentra-se em áreas de grande incidência solar para garantir o sombreamento, sem impedir a iluminação natural. Barram-se os raios solares diretamente na parede ou no vidro. Em conjunto, películas de proteção para os vidros das janelas e persianas diminuem o calor interno e, sobretudo, contribuem para a eficiência energética, tão consumida por aparelhos de ar-condicionado.
A acústica, por sua vez, foi considerada desde a escolha do terreno até a distribuição dos ambientes do spa. As áreas de tratamento, yoga e pilates são afastadas do salão de beleza e da área de serviço, locais marcados por uma grande quantidade de ruídos, que certamente afetariam a tranquilidade dos clientes. Além disso, elementos para a absorção de barulhos foram utilizados, como forros e placas especiais.
Interessante é a estrutura bem dividida do programa. O projeto considera a facilidade de circulação entre os ambientes, envolvidos com rampas de acesso que priorizam a acessibilidade de pessoas com mobilidade restrita.
Uma vez que o estabelecimento atenderá tanto o público feminino quanto o masculino, criam-se áreas diferenciadas para os dois públicos. Complementa-se a isso o uso de dois ambientes de entrada, entre o social e o serviço, separando clientes e funcionários.
“Em termos de serviço, o spa abriga não apenas os tradicionais tratamentos de estética corporal e facial, mas também um programa de necessidades diferenciado com local para prática de yoga ao ar livre, tratamentos orientais, massagem sueca e banho turco. Já para os clientes que necessitam de maior privacidade, há suítes individuais com infraestrutura completa, o que dispensa a movimentação do usuário de uma área para outra. Por fim, o ‘Spa Happy Hour’ recebe pessoas que, após um exaustivo dia de trabalho, querem relaxar e usufruir dos serviços prestados na companhia dos amigos”, conclui Deborah.
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