A franquia da Cachaçaria Água Doce do Distrito de Barão Geraldo, em Campinas, foi projetada com o intuito de criar um espaço convidativo. O salão se desdobra até o exterior atravessando o vão da varanda – que pode ser totalmente aberta para garantir melhor circulação e conforto. Nessa área externa – o pátio de acesso – as mesas ficam disponíveis para atender o público também ao ar livre. Na vertical, o pé-direito duplo do salão abarca o mezanino.
De acordo com Mauro Ribeiro da Rocha, arquiteto autor, o projeto nasceu de um partido simples, conciso e expressivo. “Duas empenas de terra sustentam dois elementos de madeira – um plano (cobertura do salão) e um volume horizontal esculpido (mezanino), sob o qual se configura uma varanda. No solo, um terceiro elemento – uma cerca de madeira que contém espaços de apoio e se converte na escada para o mezanino – estende-se longitudinalmente até o alinhamento do lote com a rua, costurando os três espaços: salão, varanda e pátio de acesso”, descreve.
Contribuem para a eficiência térmica da edificação os paredões de tijolos – paredes duplas, com ‘colchões’ de ar – e as telhas termoacústicas da cobertura. No salão, as aberturas superiores criam ventilação cruzada, contribuindo para a economia de energia relativa à climatização.
Com estrutura metálica e painéis modulares de madeira pré-montados no local, o mezanino se configura como uma peça inteiriça de madeira esculpida e, junto com os paredões e a cerca, caracteriza essa arquitetura. “A madeira veda todo o corpo do mezanino, a escada e o elemento longitudinal térreo – a grande ‘cerca’ que acolhe a escada e os espaços de apoio. O plano principal – cobertura do salão – é uma composição interessante de lambri (réguas macho e fêmea) e tábuas, ritmado pela própria estrutura, quase evocativo a um amplificado e forro ‘saia e camisa’”, destaca o arquiteto.
Os paredões-empenas são constituídos por tijolos assentados com argamassa pigmentada na mesma cor. “Esse detalhe resguardou o conceito e a mensagem, pelo aspecto final de ‘peças de terra assentadas com terra’”, explica. Além desses materiais, o aço e o concreto também estão presentes na estrutura da edificação.
O projeto luminotécnico de Marcos Castilha foi desenvolvido em sintonia com os conceitos do projeto arquitetônico e se destaca pelo design das luminárias das áreas de público, incluindo o conjunto suspenso no pátio de acesso. “Essa iluminação, como lâmpadas em fios sobre terreiros, remete às festas interioranas ao ar livre”, ressalta Mauro. No salão interno a luz é distribuída com suavidade através de um criativo lustre feito com os conhecidos ‘pratões de oficina’.
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