Quando os primeiros estudos de implantação começaram, decidiu-se que o Hotel do Águas do Treme Resort seria projetado a partir de um lago, em uma fazenda localizada a uma hora e meia de Belo Horizonte (MG) pelo escritório Sito Arquitetura. O projeto arquitetônico foi implantado em um complexo de lazer voltado para o público pesqueiro.
Gustavo Rocha Ribeiro, arquiteto e autor do projeto, expôs que o maior desafio foi o clima da região, que é extremamente quente e seco. Com isso, as soluções arquitetônicas contaram com especial atenção quanto à insolação, ventilação e tratamento paisagístico, para garantir um microclima agradável ao conjunto.
Foram usados elementos tradicionais nas fachadas, alvenarias com reboco rústico tratadas com cores quentes e coberturas em telhas cerâmicas. Estes materiais, além de se adequarem à linguagem arquitetônica, foram escolhidos pela eficiência térmica.
No início das obras, em 2000, o complexo passou por várias ampliações, como a construção do hotel. Esta edificação, em uma proposta anterior de menor tamanho, contava com estreito pátio interno. Este item foi preservado na planta final, como um condicionante conceitual. Ele serve de eixo para o grande pátio central, agregador de espaços e ponto de partida do projeto do Hotel.
“Esta semelhança com espaços religiosos induziu à concepção de uma torre sineira, que funciona como mirante e elemento de referência do conjunto”, completa Rocha sobre o diferencial do projeto.
Marcado pela pureza geométrica das linhas arquitetônicas, pela horizontalidade das construções, apontadas por pátios internos que configuram transições aos espaços abertos, e pelo contraponto vertical da torre mirante, o Hotel do Águas do Treme Resort possui a ordenação cartesiana das edificações que tem, na composição orgânica das piscinas e das áreas abertas, um intencional e harmônico contraste de formas.
“Apesar das linhas arquitetônicas contemporâneas, ele se enquadra em vários aspectos a elementos da arquitetura regional mineira, e talvez por isso cause uma sensação de familiaridade e aconchego a quem faz uso dos espaços”, aponta o arquiteto.
Rocha explica que a edificação se articula ao longo de dois eixos: o primeiro, da rua de chegada, define a marquise de entrada, o lobby e o restaurante. O segundo, perpendicular a este, define o primeiro pátio (linear), o segundo pátio (um largo) e a visada do topo de uma colina, onde foi erguida uma igreja. Paralelamente ao primeiro eixo, há um terceiro, que conforma uma passarela entre a escadaria externa e a torre. Esta, por sua vez, conecta o local previsto para o Centro de Convenções e a torre.
“O conjunto da piscina se situa a 1 metro e meio abaixo do nível do Hotel, liberando para este as vistas da lagoa. Os espaços de lazer e apoio se dispõem em torno do espelho d’água: a sauna e vestiários em uma das extremidades, o spa ao meio, e o bar molhado na outra extremidade. A sala de ginástica e salão de TV estão mais à frente, em nível inferior, aproveitando o caimento do terreno”, completa Rocha.
O projeto luminotécnico foi trabalhado de maneira discreta, buscando dar aconchego aos ambientes e valorizando as formas arquitetônicas das edificações.
O paisagismo – protagonizado por espécies características da região – ganha destaque no projeto, com função importante no tratamento do clima excessivamente quente, proporcionando áreas sombreadas e frescas.
íbis Stiles Anhembi, escritório Consuelo Jorge Arquitetos
Makenna Resort, escritório Drucker Arquitetura
Carmo's Boutique Hotel, escritório Carvalho Araujo Arquitectura e Design
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