O resultado foi uma casa pousada no terreno como se fosse uma obra pré-fabricada Sidonio Porto
“A vista era esplêndida e o terreno, muito acidentado. Então quisemos evitar a todo custo fazer cortes. O resultado foi uma casa pousada no terreno como se fosse uma obra pré-fabricada”. A declaração do arquiteto e autor Sidonio Porto, resume um dos principais atributos do projeto: a naturalidade da construção se encaixar na topografia acidentada, integrando-se com perfeição à natureza.
A casa, localizada em Campos de Jordão, São Paulo, é uma sede de fazenda planejada especialmente para um cliente muito querido. “Fizemos vários projetos para ele, mas este significava o sonho dourado. Uma casa que o remetia à infância, na cidadezinha em que cresceu”, complementa Sidonio.
A proposta engloba duas fazendas com um vasto programa desdobrado em etapas posteriores para atender até um possível condomínio de casas com infraestrutura completa, incluindo um campo de golfe e uma pista de pouso de avião.
Marcio Porto, arquiteto no escritório Sidonio Porto Arquitetos Associados, conta que por ser amplo o projeto foi planejado em etapas. Com 3 mil m² de área construída, a Fazenda Prana reúne um programa completo com todos os requisitos de uma casa confortável. Nos três pavimentos a construção divide-se em três módulos: das filhas, do casal e da área social.
Na área de lazer, moradores e visitantes usufruem de sauna, fitness, área de jogos, sala de ginástica e piscina com raia coberta e aquecida. “Como a residência está localizada em uma região serrana, fria, ela precisava ser climatizada”, adverte Marcio Porto. “E existe uma área social externa incrível. Um deck-mirante sob um aclive que dá a impressão de voar em uma paisagem impressionante, permeada de araucárias, uma das espécies mais comuns em Campos de Jordão”.
Com estrutura de madeira, a construção foi rápida. “Em apenas três meses a estrutura estava montada e logo depois vieram os acabamentos mais sofisticados e as instalações”, conta Sidonio. Toda a caixilharia é composta por vidros duplos que controlam a entrada de luz e ventilação. A casa é climatizada e oferece pisos aquecidos. Para manter o conforto térmico no inverno, as janelas e persianas móveis são automatizadas.
Inserida em um contexto paisagístico com entorno exuberante, o projeto explora o vidro ao máximo. Do tipo insulado, o material encaixa-se em caixilhos bem vedados, elaborados para resistir às condições naturais de muito vento e chuva. No interior, para fazer o controle da luz, foram usadas persianas. “Esse controle é mais efetivo, sobretudo na galeria de arte, onde as telas estão protegidas da incidência direta da luz. Por outro lado, uma solução arquitetônica existente na casa – que também faz o papel de proteção – são os beirais. Grandes, eles mostram-se fundamentais em um clima chuvoso e com muita incidência solar porque conseguem reter boa parte da incidência luz natural”, reflete Sidonio.
É uma obra sofisticada, que procurou usar ao máximo os conceitos de industrialização, organização de canteiro de obras, segurança e economia, atingindo os parâmetros atuais de sustentabilidade e ecoeficiência Sidonio PortoA decisão por um teto com telhas partiu do morador e acabou casando com a estética europeia da cidade de Campos de Jordão. “A telha escolhida ajuda na manutenção e no conceito de vida da edificação. Além disso, esse componente em concreto auxilia na eficiência da estrutura mista do prédio”, comenta Marcio.
A extensa edificação, caracterizada por uma série de galerias, apresenta ventilação cruzada eficiente, capaz de renovar o ar interno. “É uma obra sofisticada, que procurou usar ao máximo os conceitos de industrialização, organização de canteiro de obras, segurança e economia, atingindo os parâmetros atuais de sustentabilidade e ecoeficiência”, finaliza Sidonio.
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