Casa Pátio Para Dois Meninos

Refúgio familiar

Texto: Vitória Oliveira

A Casa Pátio Para Dois Meninos, como foi batizada, é o lar de um casal com filhos pequenos. Localizada em Vinhedo (SP), a morada foi idealizada como refúgio em dias agitados. O escritório Shieh Arquitetos Associados assina o projeto.

Com filhos pequenos, a ideia foi criar uma morada essencialmente térrea – que dos dormitórios fosse possível colocar o "pé na grama". O projeto arquitetônico é formado por quatro pavilhões interconectados: churrasqueira (desfrutando da vista de um lago à frente da casa), sala de estar, dormitórios e área de lazer composta por uma piscina coberta.

O programa residencial, com suas funções e ocupações, se revela ao redor da área de lazer. Orientadas à piscina, as áreas social (salas de estar e jantar e o gourmet) e íntima (dormitórios com suítes) desfrutam da belíssima paisagem do interior paulista.

Inspirada no poema de Manoel de Barros – “o menino que carregava água na peneira” –, a residência tem o conceito da casa pátio com preferência pelo vazio do que pelo cheio. O pátio, ao centro do terreno, é o coração da morada.  De todos os ambientes, vê-se a chuva regar o singular ipê amarelo. Em dias ensolarados, os moradores podem compartilhar de brincadeiras com os filhos no jardim.

Construtivamente, pretendeu-se uma obra austera e com o desejo de que possa ficar melhor com a passagem do tempo. A casa é majoritariamente em blocos de concreto (alvenaria estrutural), com um conjunto de vigas de concreto e lajes tipo painel treliçado.
Os acabamentos seguem o mesmo raciocínio: intercala-se piso de assoalho em tacos de madeira cumaru e mosaico português.

Sob o pretexto de um mezanino-coringa, estabelece-se um pé-direito duplo na sala de estar. O pavimento recebe sombreamento de um muxarabi em madeira na face do pátio.

A piscina em raia é coberta e enclausurada, aquecida por painéis solares. Além disso, a arte plástica tem papel de destaque no projeto, com um geométrico painel de azulejos na piscina especialmente elaborado por João Nitsche e tela vertical sobre a lareira por Erica Mizutani.