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Casa Jurumirim

Casa Jurumirim
Na cidade de Itaí, em São Paulo, a Casa Jurumirim foi projetada pelo escritório Sergio Sampaio Arquitetura + Planejamento, em um terreno de seis mil metros quadrados. Imagens: Leonardo Finotti
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Pavilhão prismático

Texto: Naíza Ximenes

Na cidade de Itaí, no interior de São Paulo, o projeto imponente do escritório Sergio Sampaio Arquitetura + Planejamento emerge de um terreno de seis mil metros quadrados. Descrita como um verdadeiro tesouro arquitetônico, a Casa Jurumirim ganhou uma vista privilegiada para a represa à frente, de mesmo nome.

Exalando uma aura de modernidade e sofisticação, a casa térrea retangular foi dividida em três estruturas: um pavilhão central — formado por um grid de 4x4 metros, onde ficam as áreas social e íntima da casa — e duas plataformas em taipa, uma à frente e outra atrás da construção principal.

A técnica de taipa, também conhecida como “terra crua”, sobrepõe camadas de terra, argila e fibras (como palha ou feno) umas sobre as outras, para criar uma estrutura sólida e durável. Esse aglomerado é deixado para secar e endurecer naturalmente ao longo do tempo, formando a taipa. O método é conhecido e utilizado, em especial, por dois atributos principais: o apelo sustentável (já que não demanda processos que necessitam de energia) e o desempenho térmico e acústico.

Fragmento prismático

Logo no acesso à morada, a primeira plataforma em taipa é coberta por um deck de madeira que recebe o morador através de uma passarela. Ao lado, o acesso à garagem fica em um nível inferior à morada, e o caminho é contornado por spots de luzes em tom mais quente.

A fachada da Casa Jurumirim evidencia o principal material do projeto: a madeira. O formato em que ela foi aplicada também dá um vislumbre da permeabilidade visual, da ventilação e da iluminação empregadas no projeto, já que o design ganhou grandes aberturas e brises ao longo da parede principal.

Outra configuração facilmente perceptível em um primeiro olhar é a elevação de toda a estrutura a 80 centímetros do chão — que, na área da garagem, aumenta para dois metros de altura —, dando a sensação de uma construção “flutuante”.

Fachada em madeira da Casa Jurumirim projetada por Sergio Sampaio Fachada da Casa Jurumirim

“Em contraposição ao pavilhão flutuante, a plataforma de taipa foi construída com terra extraída do próprio local, como se ‘emergisse do solo’ e ancorasse a construção ao terreno”, explica o escritório.

Uma vez dentro da casa, a geometria retangular do pavilhão se manifesta. Toda a estrutura, definida pelo grid, se apoia em pilotis metálicos — que, para não ficarem nas extremidades da casa, foram recuados dois metros adentro das faces por todo o perímetro.

Apesar do espaço ser estruturalmente formado por um único pavilhão, a própria planta separa esse grande retângulo em duas áreas: a social (com sala de estar, lareira, sala de TV, sala de jantar, cozinha e churrasqueira) e a privativa (com cinco suítes estrategicamente posicionadas de frente para o nascer do sol), por meio de uma praça interna.

O local de transição possui um design próprio. Passando a porta de entrada, o morador se depara com três opções: acessar a área social, pelas portas de vidro à esquerda; acessar a garagem, descendo as escadas mais à frente; e acessar a área íntima, à direita.

Além disso, a cobertura dessa praça é inteiramente formada por pérgolas de vigas laminadas de madeira, em um tom mais próximo ao mel, com vidro por cima. No meio do corredor, há uma série de vãos, que abrigam árvores e arbustos, e, em frente às escadas, um espelho d’água completa a arquitetura. Ele se estende até a extremidade do pavilhão, valorizando o enquadramento do olhar para a represa ao fundo, e desagua na piscina.

Segunda taipa

Como o intuito era criar um projeto integrado, a conexão entre espelho d’água e piscina foi uma engenhosidade exuberante. Isso porque, desaguando na piscina a céu-aberto, o morador se depara com a segunda plataforma de taipa, onde fica um grande deck de madeira, solário e espaço rebaixado com bancos para admirar o pôr do sol.

Os arquitetos tiveram uma preocupação extra com a sustentabilidade do projeto. Eles utilizaram paredes e lajes em painel de madeira CLT (Cross Laminated Timber) e vigas e pilares em MLC (madeira Laminada Colada), ambas de reflorestamento, além de garantir o máximo de iluminação natural e ventilação cruzada em toda a Casa Jurumirim.

As portas são, na maioria, de vidro de correr, aliadas a esquadrias de alumínio. As exceções são dadas pelas portas de madeira, quando o cômodo requer maior privacidade.

“As instalações elétricas e hidráulicas passam entre o forro de gesso e a laje de cobertura executada em wood frame, com chapas de madeira compensada sob manta termoplástica TPO”, os arquitetos explicam. “As prumadas de cabeamento e tubulações estão concentradas em shafts de manutenção, distribuídas de maneira equidistantes pela construção, assim como calhas técnicas correm horizontalmente livres sob a laje de piso do térreo.”

A redução de desperdícios e consumo de água também foi uma prioridade do escritório, bem como a economia de energia em toda a obra através do uso de painéis solares para aquecimento de água e geração de energia fotovoltaica. Por fim, também foi implantado um sistema de reuso de águas com duas cisternas, que armazenam águas pluviais captadas pelas lajes de cobertura para irrigação dos jardins e limpeza externa.

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Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2021
  • Conclusão da obra: 2021
  • Área do terreno: 6000 m²
  • Área construída: 900 m²

Ficha Técnica

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